Troca em ministério não muda status de crise, e Planalto mantém INSS sob intervenção

Aliado de Lula diz que caberá ao indicado do presidente sanear fraude no órgão. A queda de Carlos Lupi e a troca de guarda no Ministério da Previdência não muda o status da crise que se instalou em Brasília com a revelação do escândalo de descontos indevidos de aposentados e pensionistas do INSS. O esquema, que teria começado em 2019, estourou no colo do governo Lula.
O Palácio do Planalto sabe que a saída de Lupi e a ascensão Wolney Queiroz, que era o número dois da pasta, nem de longe resolve o problema.
Wolney já estava no ministério quando a pasta foi alertada pela Controladoria-Geral da União, pelo Tribunal de Contas da União e pelo próprio INSS de que havia indícios robustos de fraudes em série no órgão.
Questionado sobre o assunto, um aliado de Lula foi direto: “O importante é que é o presidente do INSS que vai tocar as ações. O governo está tomando todas as providências necessárias”.
Em bom português, a fala mostra que Lula puxou para o próprio colo a missão de dar uma resposta à crise. O presidente escolheu o novo presidente do INSS sem consultar Lupi ou Wolney.
O nome foi debatido com os órgãos de controle interno, como a Advocacia-Geral da União e a CGU. Gilberto Waller Júnior, escolhido para a missão, é procurador federal e fez carreira como corregedor do INSS.
Ontem, em reunião com AGU e CGU para tentar traçar um plano de ressarcimento para aposentados e pensionistas lesados, a palavra de ordem do INSS era “velocidade para mostrar capacidade de reação”. O órgão ainda precisa levantar com acuidade o número de beneficiários lesados –e o tamanho do rombo causado nas contas desses brasileiros roubados pelas entidades filiadas ao INSS. ]
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