Bombardeio destrói hospital da Médicos Sem Fronteiras na África

O ataque comprometeu gravemente a capacidade de oferecer cuidados que salvam vidas em Old FangakMédicos Sem Fronteiras/X

Neste sábado (3), helicópteros de ataque bombardearam a farmácia de um hospital administrado pela organização humanitária internacional, Médicos Sem Fronteiras, em Old Fangak, no Sudão do Sul, deixando pelo menos sete mortos e 20 feridos e destruindo todos os estoques de medicamentos.

Em seguida, um drone atacou o mercado da cidade, prolongando o tiroteio por cerca de 30 minutos.

Em comunicado, a Médicos Sem Fronteiras, classificou o episódio como “uma clara violação do direito internacional humanitário”, ressaltando que todas as suas instalações tinham coordenadas via satélite compartilhadas com o governo local e as milícias.

Segundo Mamman Mustapha, porta-voz da ONG, “Este ataque comprometeu gravemente nossa capacidade de oferecer cuidados que salvam vidas em Old Fangak – o único hospital que atende mais de 110 mil pessoas na região.”

Ainda não há confirmação sobre os autores: uma autoridade local, Biel Boutros Biel, afirmou em declaração gravada que o bombardeio foi realizado por equipamento “que pertencem ao governo do Sudão do Sul”, mas essa informação segue em apuração.

🚨@MSF strongly condemns the bombing of its hospital in Old Fangak, Jonglei State, South Sudan.

Around 4:30 a.m. today, helicopter gunships dropped a bomb on our MSF pharmacy and fired on the town for 30 minutes. Later, a drone bombed the market.#NotATarget pic.twitter.com/5u0TeJ6oDW

— MSF South Sudan (@MSF_SouthSudan) May 3, 2025

Contexto do conflito

O Sudão do Sul, que conquistou independência em 2011, viveu guerra civil entre 2013 e 2018 que deixou cerca de 400 mil mortos.

Recentemente, cresceu o temor de retomada dos combates após a prisão, por ordem do presidente Salva Kiir Mayardit, de seu rival histórico e vice-presidente Riek Machar, intensificando tensões étnicas que já motivaram confrontos sangrentos.

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