Como avanço da União Progressista agita disputa para o governo de SC em 2026

Com um cenário de disputa pelo governo de Santa Catarina em 2026 precocemente polarizado entre as pré-candidaturas do governador Jorginho Mello (PL) e do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), a formação da superfederação União Progressista traz um novo elemento para definir os rumos da direita catarinense.

Lançamento da Federação União Progressista, em Brasília – Foto: Sidey Lins Jr./Uniáo Brasil
Isolados, Progressistas e União Brasil eram vistos como coadjuvantes no cenário. Os primeiros, herdeiros diretos da tradição política, viviam cenário de disputa interna pelo comando partidário e esvaziamento nas grandes cidades, embora mantenham capilaridade estadual e ostentem a condição de terceiro partido do Estado com mais prefeitos eleitos em 2026. Já o União Brasil, produto da fusão de Democratas e PSL em 2022, não conseguiu ainda reproduzir em Santa Catarina o peso que têm na Câmara dos Deputados.
No contexto pré-federação, o União Brasil caminhava alinhado ao projeto de João Rodrigues, vislumbrando no PSD um parceiro para construção de nominatas que garantissem as reeleição do deputado federal Fábio Schiochet e a manutenção das três cadeiras do partido na Assembleia Legislativa.
O Progressistas, por sua vez, vive a disputa interna entre o grupo que comanda o partido, com o presidente Leodegar Tiscoski e o secretário-geral Aldo Rosa defendendo a adesão imediata ao projeto de Jorginho Mello. Ao mesmo tempo, a bancada estadual sinaliza preferência por João Rodrigues. Faz parte desse cenário a provável candidatura à reeleição do senador Esperidião Amin, demandando vaga na majoritária de uma das pré-candidaturas postas.
União Progressistas fica mais atrativa para Jorginho ou João Rodrigues
A superfederação União Progressista faz com que as legendas sejam vistas com outros olhos na construção das chapas em 2026. Com 109 deputados federais, a legenda terá direito a cerca de 20% horário eleitoral gratuito disponível a todos os partido – seja nos programas, seja nas inserções durante a programação de rádio e televisão.
O grupo terá também as maiores fatias nos fundos partidário e eleitoral, embora a gestão desses recursos seja proporcional ao peso de cada legenda – de acordo com os deputados federais eleitos em 2022.
Assim, o União Progressista tem peso para pleitear maior protagonismo no projeto que ingressar. O governador Jorginho Mello, por exemplo, isolaria o PSD caso confirmasse o apoio da federação. O difícil é encaixar o grupo na chapa, que deve ter o PL com a candidatura do governador e pelo menos uma das vagas ao Senado. O MDB é especulado para a vaga de vice-governador.
Com João Rodrigues, haveria mais espaço para o União Progressista e a aliança ajudaria a encorporar politicamente o projeto. O que parece fora do horizonte é uma candidatura da federação ao governo do Estado – o projeto de ambas as legendas tem como foco a conquista de cadeiras na Câmara dos Deputados.
Raio-X da federação União Progressista
1 senador (Esperidião Amin, do Progressistas)
1 deputado federal (Fábio Schiochet, do União Brasil)
6 deputados estaduais (3 do Progressistas, 3 do União Brasil)
62 prefeitos (52 do Progressistas, 9 do União Brasil)
71 vice-prefeitos (45 do Progressistas, 26 do União Brasil)
604 vereadores (454 do Progressistas, 150 do União Brasil)
Consumada a federação União Progressista, a legenda terá a segunda maior bancada na Assembleia Legislativa (empatada com o MDB, que também tem seis, atrás dos 11 do PL).
A superfederação consolida a terceira posição que o Progressistas já ostenta em número de prefeitos, mas se aproxima dos números do MDB, segundo colocado, que elegeu 70 prefeitos em 2022. O líder é o PL, com 90.
A soma dos eleitos do Progressistas fará do grupo político o líder em vice-prefeitos em Santa Catarina, deixando para trás MDB (59), PL (55) e PSD (47).
A federação também mostra força no número de vereadores, ultrapassando o PL (587 eleitos) e ficando atrás apenas do MDB (741) nesse ranking.

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