Dados, conectividade, sensores: o que é agricultura inteligente e quais são as novas aplicações no campo?


Tecnologia e inovação transformam o campo e abrem possibilidades para a produção agrícola. Novidades foram apresentadas na Agrishow, realizada em Ribeirão Preto (SP). Agricultura inteligente tem cada vez mais novas aplicações no campo com a promessa de entregar produtividade e reduzir custos.
Divulgação/ Netafim
A agricultura do futuro já é uma realidade bem palpável. Assim como celulares e veículos estão cada vez mais tecnológicos, o ecossistema agrícola também está em constante evolução. O que até pouco tempo parecia ficção científica – máquinas que tomam decisões, robôs autônomos no campo, sensores que leem o solo sem precisar tocá-lo – é agora parte da realidade de muitas lavouras brasileiras.
É o que se convencionou chamar de agricultura inteligente: uma nova era da produção agrícola, guiada por dados, algoritmos, conectividade e inteligência artificial. Inovações que puderam ser conferidas na 30ª edição da Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola do país realizada em Ribeirão Preto (SP) até o início do mês.
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“Isso é uma realidade, não é mais um futuro. Sensores, softwares e algoritmos transformam dados em decisões agronômicas com altíssimo grau de precisão”, afirma Giancarlo Fasolin, gerente sênior de marketing estratégico da PTx na América do Sul.
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O que é agricultura inteligente?
A agricultura inteligente é um sistema de produção que se baseia na coleta e análise de dados para otimizar recursos, reduzir perdas e aumentar a produtividade.
Essa inteligência é viabilizada por uma série de tecnologias integradas: desde sensores de solo e clima, até softwares de gestão, pulverizadores seletivos, robôs autônomos e estações de controle conectadas à nuvem.
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Divulgação/ Solinftec
Quais as principais aplicações da agricultura inteligente?
A agricultura inteligente permite, por exemplo, que um robô detecte uma planta daninha e aplique o defensivo somente naquele ponto, sem desperdício. Ou que o dosador de fertilizante ajuste automaticamente a quantidade de insumo conforme a necessidade do solo em cada metro quadrado da lavoura.
Na Solinftec, um robô movido a energia solar está transformando o combate a plantas daninhas. “Entra precocemente na lavoura e atua com precisão milimétrica, eliminando as invasoras antes que prejudiquem a cultura principal”, afirma o diretor de tecnologia Henrique Nomura.
Além disso, estações autônomas da empresa permitem que os robôs se reabasteçam sozinhos, voltem ao campo e continuem o trabalho exatamente de onde pararam. É o conceito de “máquinas falando com máquinas”, com supervisão humana mínima.
A conectividade é a “espinha dorsal” da agricultura inteligente. Com dados coletados por satélites, drones e sensores, o produtor pode acompanhar em tempo real o que foi plantado, onde foi plantado, com quais condições e resultados.
“Ao saber exatamente o nível de umidade do solo, é possível tomar decisões precisas sobre irrigação”, explica Luiz Alberto Roque, co-CEO da Bauer América Latina e CEO da Irricontrol.
Ele ainda destaca o uso de um sensor de radiação cósmica que mede a umidade do solo sem precisar de sondas subterrâneas. “Com essa tecnologia, conseguimos cobrir áreas de até 10 hectares com precisão superior a 94%.”
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Quais os benefícios para o produtor
Os impactos da agricultura inteligente são concretos no bolso e na rotina do produtor. A economia de insumos como sementes, defensivos e água é imediata. A precisão no plantio e na pulverização reduz falhas e aumenta o potencial produtivo.
“A partir do momento que a semente cai na terra, a gente começa a perder. A tecnologia entra para minimizar essas perdas”, resume Fasolin.
Além da produtividade, há ganhos ambientais e sociais: menor uso de químicos, menos exposição de trabalhadores a riscos, uso racional da água e valorização da mão de obra qualificada.
A adoção da agricultura inteligente ainda exige investimento, mas o cenário é de democratização crescente. “Há soluções modulares e escaláveis que permitem a entrada de pequenos e médios produtores”, explica Helton Franco, diretor de marketing da Irricontrol.
Ele lembra que cooperativas, linhas de financiamento e parcerias com fornecedores têm sido caminhos para ampliar o acesso.
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