Maio Amarelo: Acidentes de trânsito com morte sobem 30% nas rodovias estaduais de SC

Bombeiros fizeram demonstração de resgate em atividade relacionada ao Maio Amarelo – Foto: Diorgenes Pandini/ND
Santa Catarina precisa, urgentemente, se conscientizar para reduzir os altos índices de acidentes de trânsito. Considerando somente as rodovias estaduais, de janeiro a abril de 2024, foram 50 mortes em acidentes de trânsito. Este ano, no mesmo período, 65 pessoas perderam a vida no trânsito, ou seja, um crescimento de 30%.
Diante de números como este, a campanha internacional de conscientização Maio Amarelo ganhou uma versão catarinense. O lançamento foi nesta segunda-feira (5), no Centro Arena Multiuso, em São José, reunindo diversas autoridades, além de crianças levadas por escolas.
Presidente do Detran/SC, o general Ricardo Miranda Aversa, destacou o pioneirismo do evento no Estado. “Verificamos que outros Estados faziam o evento e a gente se perguntava: cadê o Maio Amarelo catarinense? Temos iniciativas nos municípios, mas faltava um evento estadual e nos propusemos este desafio”.
Liderando o evento, o general agradeceu aos parceiros e funcionários do Detran envolvidos na campanha.
Mês para conscientização sobre o trânsito
O Maio Amarelo é um evento internacional de conscientização para redução de acidentes de trânsito, uma das maiores causas de morte segundo as estatísticas. Este ano, o slogan da campanha é “Mobilidade Urbana, Responsabilidade Humana”.
Um dos objetivos da campanha é chamar atenção para o alto índice de mortos e feridos no trânsito, além de mobilizar a sociedade para disseminar conhecimentos a respeito do tema.
No caso de Santa Catarina, a campanha é uma realização do Detran/SC, em parceria com o Cetran (Conselho Estadual de Trânsito), com apoio de diversas entidades do governo do Estado, forças de segurança municipais, estaduais e federais, além de entidades públicas e privadas ligadas ao trânsito.
Esta segunda-feira foi o primeiro dia de palestras, exposições e demonstrações práticas voltadas à segurança no trânsito.
Dentre as ações, destaque para o relato dos pais de Letícia, Pauli, Hilário e Solange. Letícia se envolveu num grave acidente em 2004 e sobreviveu, mas ficou com muitas sequelas. O relato dos pais e a aparição de Letícia no evento, cantando, emocionaram o público.
Outra ação foi a simulação de um resgate pelo Corpo de Bombeiros após um acidente de trânsito. Depois de avaliar os riscos da cena, os bombeiros removeram uma vítima de um dos carros, colocaram numa maca e depois na ambulância.
Outra ação envolveu crianças e reforçou a importância do uso de cinto de segurança. O evento continua nesta terça-feira e, durante o mês, a campanha ocorre em veículos de rádio e TV, com mais material educativo sobre o trânsito.
Superintendente regional da PRF (Polícia Rodoviária Federal) em Santa Catarina, Manoel Fernandes disse que o Maio Amarelo é um momento de reflexão, e parabenizou o Detran por chamar a responsabilidade. “A PRF sempre se engaja nessa luta, mas juntando fica muito maior. A lógica do Maio Amarelo é chegar ao coração das pessoas, com ações de educação de trânsito para convencer de que algo está errado no nosso comportamento de trânsito”, afirmou.

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Letalidade é maior no perímetro urbano
Comandante da PMRv (Polícia Militar Rodoviária), o coronel Marcos Vinícius dos Santos disse que é muito importante para a corporação participar do Maio Amarelo, buscando conscientizar as pessoas que dirigem.
Destacou que é preciso atenção, paciência e prudência, pois o condutor é o principal responsável pela segurança viária, considerando que mais de 95% dos acidentes ocorrem por culpa exclusiva do condutor.
“Santa Catarina, infelizmente, se destaca de maneira negativa por ser um dos Estados com o maior número de mortes por 100 mil habitantes. Quatro a cinco pessoas perderão a vida hoje no trânsito. É um dado trágico e nós, como órgão de fiscalização do trânsito, nos sentimos impotentes. Temos muitas dificuldades. O número de vítimas fatais aumenta de maneira gradativa em Santa Catarina”, disse.
Conforme o coronel Marcos Vinícius, em 2024, foram 13 mortes a mais do que em 2023, considerando somente as rodovias estaduais. “Foram 222 mortes em 2023 e 235, em 2024. No perímetro urbano, nas rodovias federais e estaduais, em Santa Catarina, cerca de 1.700 pessoas perderam a vida em 2024”, ressaltou o comandante da PMRv.
Lembra, ainda, que as rodovias estaduais são responsáveis por aproximadamente 15% das mortes, as federais por 25% e, no perímetro urbano, isto é, na cidade, avenidas, ruas, ocorrem 60% das mortes.
Estatísticas de trânsito e acidentes em Santa Catarina:

De janeiro a abril de 2024, 50 mortes em acidentes de trânsito nas rodovias estaduais
De janeiro a abril de 2025, 65 mortes, alta de 30%
95% dos acidentes ocorrem por culpa exclusiva do condutor
SC tem a maior frota per capita de veículos do Brasil, oito a cada dez habitantes
O Estado tem 6,2 milhões de veículos registrados no Detran/SC
Na metade dos acidentes, o condutor até cumpre as normas, mas se envolve por causa de outro motorista
Veículos pesados (ônibus e caminhão) são os principais responsáveis por mortes em acidentes de trânsito
Para cada morte, há em média 50 pessoas com sequelas graves, como tetraplegia e amputações
15% das mortes ocorrem nas rodovias estaduais, 25% nas federais e 60% no perímetro urbano, isto é, dentro das cidades

*Dados fornecidos pelo comando da PMRv
 

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