
Local abriga obras de Michelangelo, Botticelli e outros artistas famosos. Desde 1878, todas as eleições papais foram feitas na capela. A partir desta quarta-feira (7), os olhos do mundo estarão voltados para a Capela Sistina, no Vaticano, onde 133 cardeais se reúnem para eleger o próximo papa da Igreja Católica.
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A capela foi batizada com o nome “Sistina” em homenagem ao papa Sisto IV. No fim do século 15, ele contratou os arquitetos Giovanni de Dolci e Baccio Pontelli para remodelar a antiga Capela Magna.
As obras de restauração começaram em 1477 e foram finalizadas em 1480. Logo após a inauguração, o Vaticano contratou artistas para produzir afrescos para a capela.
Pintores como Sandro Botticelli, Pietro Perugino e Domenico Ghirlandaio fizeram 12 painéis, que até hoje estão instalados nas laterais da Capela Sistina. Do lado norte, estão cenas da vida de Moisés. Do lado sul, episódios da vida de Jesus.
Em 1508, o papa Júlio II pediu que Michelangelo fizesse a pintura do teto da capela. A obra, inspirada no livro do Gênesis, foi concluída em 1512.
Entre os afrescos mais famosos estão “A Criação de Adão”, “O Pecado Original e a Expulsão do Paraíso” e “Deus Separando a Luz das Trevas”. As cenas estão distribuídas em nove quadros centrais, que vão da entrada da capela até o altar.
O teto também traz imagens de profetas, sibilas e ancestrais de Jesus, além de quatro episódios conhecidos da Bíblia.
Anos depois, a pedido do papa Clemente VII, Michelangelo foi novamente contratado pela Igreja Católica para pintar a parede do altar da Capela Sistina. O artista criou o afresco “O Juízo Final”, que começou a ser feito em 1536 e foi finalizado em 1541 — já durante o pontificado de Paulo III.
Ao longo dos anos, a capela serviu para celebrações de festas litúrgicas, como a missa de Domingo de Ramos e a de véspera de Natal.
Conclave
Capela Sistina, antes da chegada dos cardeais para o conclave
Reuters/Osservatore Romano
Desde 1878, a Capela Sistina é o palco de todos os conclaves. Antes, as votações variavam de local, como na própria capela ou em outros espaços do Vaticano.
Nesta quarta-feira, vão participar da eleição todos os cardeais com menos de 80 anos. Entre os 133 eleitores, sete são brasileiros:
Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, 74 anos.
João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília, 77 anos.
Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, 57 anos.
Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, 74 anos.
Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, 75 anos.
Jaime Spengler, presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, 64 anos.
Sérgio da Rocha, Primaz do Brasil e arcebispo de Salvador, 65 anos.
Para ser eleito, um cardeal precisa receber dois terços dos votos. Ou seja, em um cenário com 133 eleitores, são necessários 89 votos para ser eleito. A votação é secreta, e as cédulas são queimadas após a contagem.
Até quatro votações podem ser feitas por dia: duas pela manhã e duas à tarde. Se, após três dias, não houver consenso, é feita uma pausa de 24 horas para oração. Outra pausa pode ser convocada após mais sete votações sem resultado.
A fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina indica o resultado ao público. Se a fumaça for branca, um novo papa foi eleito. Se for preta, uma nova votação será feita.
Caso haja 34 votações sem consenso, os dois mais votados da última rodada disputarão uma espécie de “segundo turno”. Ainda assim, será necessário obter dois terços dos votos para que um deles seja eleito.
Quando alguém é escolhido, a Igreja pergunta se ele aceita o cargo. Se concordar, o cardeal escolhe um nome e segue para a chamada “Sala das Lágrimas”, onde veste as roupas papais.
Por fim, o novo papa é apresentado à multidão que aguarda na Praça de São Pedro. O anúncio é feito a partir da sacada da Basílica, com a tradicional frase: “Habemus Papam” (“Temos um Papa”).
Em Capela Sistina virtual, Tralli mostra como funcionam as votações no Conclave
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