Primeiro cardeal de Gana, Peter Turkson alerta para urgência do combate às mudanças climáticas – Foto: Reprodução/Vatican News/ND
O cardeal ganense Peter Turkson está entre os cinco mais cotados para suceder o Papa Francisco. Todas as atenções se voltam para o conclave nesta quarta-feira (7), quando os 133 cardeais elegerão o novo pontífice em reunião a sete chaves na Capela Sistina, no Vaticano.
Fiéis já especulam quem pode se tornar o novo líder da Igreja Católica. No site de apostas Polymarket, na segunda-feira (5), o italiano Pietro Parolin aparecia como favorito, com 30% de chance.
O filipino Luis Antonio Tagle ocupava o segundo lugar, com 19%, seguido pelos italianos Matteo Zuppi (11%) e Pierbattista Pizzaballa (9%). Peter Turkson fecha o Top 5 com 8%.
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Apenas cardeais com menos de 80 anos podem participar do conclave, que começa nesta quarta-feira (7) e – Andrew Medichini/AP/ND
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Antes da eleição de Francisco, o ganense era um dos favoritos para suceder Bento XVI em 2013 – Reprodução/Vatican News/ND
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Conclave pode durar dias na Capela Sistina – Wikimedia Commons/Divulgação/ND
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Sete cardeais brasileiros participarão da eleição papal no Vaticano – @arqbrasilia/Instagram/ND
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Papa Francisco morreu aos 88 anos, vítima de AVC e insuficiência cardíaca – Vatican Media/Divulgação
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Conclave movimenta casas de apostas e Pietro Parolin é favorito até o momento – Divulgação/ND
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Papa Francisco foi sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, no dia 26 de abril – Vatican Media/YouTube/ND
Os cardeais ficarão isolados a partir desta terça-feira (6), sem contato com o mundo exterior, até que o papa seja eleito. Os últimos dois conclaves, em 2005 e 2013, duraram dois dias.
Quem é Peter Turkson, cardeal entre os 5 mais ‘papáveis’ no conclave
O cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson é do povo africano fânti e tem 76 anos. Ele nasceu em Nsuta, Gana, em 1948, sendo o quarto de dez filhos de um católico e de uma metodista. O pai era carpinteiro e a mãe vendia legumes na feira.
Peter Turkson obteve o título de mestre em teologia no Seminário St. Anthony-on-Hudson, em Nova York, Estados Unidos, antes de fazer pós-graduação em Roma, na Itália.
O cardeal entre os mais cotados no conclave desta quarta-feira (7) chama atenção pela fluência em seis idiomas. Ele fala inglês, fânti, francês, italiano, alemão e hebreu, além de compreender latim e grego.
Turkson participou dos conclaves que elegeram Bento XVI e Francisco – Foto: Reprodução/Vatican News/ND
Turkson foi nomeado arcebispo de Cape Coast, em Gana, pelo Papa João Paulo II em 1992. Ele se tornou o primeiro cardeal ganense em 2003. Entre 2009 e 2017, presidiu o Pontifício Conselho Justiça e Paz.
Ele participou de dois conclaves, que elegeram Bento XVI em 2005 e Francisco em 2013. Peter Turkson chegou a ser considerado um dos mais “papáveis” na última eleição.
Atual chanceler das Pontifícias Academias de Ciências e de Ciências Sociais, o cardeal foi enviado pelo Papa Francisco em uma missão de paz no Sudão do Sul, em 2016.
Caso eleito, Peter Turkson se tornaria o primeiro papa africano em mais de mil anos e possivelmente o primeiro negro. O último dos três pontífices com raízes africanas foi Gelasius I, que liderou a Igreja Católica de 492 a 496 d.C.
Papa de centro? Visões de Peter Turkson são moderadas
Peter Turkson é considerado um candidato moderado, que alia ciência e fé em seus posicionamentos. O cardeal é conhecido pelo ativismo no combate às mudanças climáticas.
“A lição do Jardim de Éden permanece verdadeira hoje: orgulho, arrogância e egocentrismo são sempre perigosos, de fato destrutivos. A mesma tecnologia que nos trouxe grande recompensa agora está prestes a trazer grande ruína”, declarou.
Por outro lado, Peter Turkson já se posicionou contra o aborto e a eutanásia. Sobre a população LGBTQIA+, ele considera que ser homossexual não é pecado, mas praticar atos homossexuais sim.
Peter Turkson defende que homossexuais não devem ser criminalizados, apesar do sexo homossexual ser pecado – Foto: Reprodução/Vatican News/ND
Ele criticou nações ocidentais por ameaçarem suspender o auxílio a países como Gana por implementar leis anti-LGBTQIA+. Apesar de considerar as sanções contra homossexuais um “exagero”, ele argumentou que o estigma está enraizado na tradição africana.
O cardeal também ganhou notoriedade em assuntos econômicos. Diante da crise de 2008, apresentou uma proposta de reforma em que criticava a atuação do FMI (Fundo Monetário Internacional).
No Fórum Econômico Mundial de 2024, realizado em Davos, na Suíça, ele enfatizou que empresas devem alinhar suas metas comerciais com valores que beneficiem a sociedade e o bem comum.