Papa Leão XIV: escolha do nome pelo novo papa está entre as favoritas da história da Igreja Católica


João, Gregório, Bento e Clemente estão entre as escolhas favoritas dos novos papas. Tradição remete a Jesus Cristo, que mudou o nome do pescador Simão para Pedro. A escolha do nome Leão VIX pelo novo pontífice está entre as favoritas da história da Igreja Católica. Antes de Robert Prevost, eleito nesta quinta-feira (8), já houve outros 13 pontífices chamados Leão.
A escolha do nome faz parte de um ritual do conclave que exige que o ocupante da Cátedra de São Pedro adote um nome imediatamente após ser eleito. “Quo nomine vis vocari?” (“como quer ser chamado?”), pergunta o cardeal decano ao novo papa.
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🤔 Mas como é escolhido o nome do papa? A seleção é feita pelo próprio pontífice. Essa é uma tradição iniciada por Jesus Cristo, que mudou o nome do pescador Simão para Pedro.
Em geral, a escolha do novo nome é uma homenagem ao legado de papas anteriores, a santos da Igreja ou a apóstolos de Jesus.
Veja os nomes mais comuns entre os papas:
João (21 vezes)
Gregório (16)
Bento (15)
Clemente (14)
Leão e Inocêncio (13)
Pio (12)
Confusões na contagem
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Nem sempre os números que estão nas designações indicam corretamente quantos papas já usaram aquele nome.
O mais comum deles é João, que já foi usado oficialmente 21 vezes.
O último papa com esse nome, no entanto, foi João XXIII (1958-1963). A contagem desconsidera dois números por conta de episódios ocorridos durante a Idade Média.
Primeiro, ela exclui João XVI (997-998), que teve sua legitimidade invalidada e hoje é considerado um “antipapa”.
Além disso, não existiu um papa João XX na história. João XXI (1276-1277) pulou o número por causa de um erro, descoberto posteriormente, envolvendo os papas de mesmo nome que o precederam.
O terceiro nome mais comum, Bento, também tem numeração confusa. Ao todo, já houve 15 papas com esse nome, embora o último tenha sido Bento XVI (2005–2013). Isso porque o antipapa Bento X (1058–1059) não é incluído na contagem oficial.
O Papa Bento XVI (Joseph Ratzinger) em visita à cidade de Aparecida em maio de 2007
José Patrício/Estadão Conteúdo/Arquivo
Nomes favoritos e incomuns
Entre os outros nomes favoritos estão Gregório (16 vezes), Clemente (14), Leão e Inocêncio (13), segundo a lista oficial da Santa Sé.
O sétimo nome mais comum é Pio (12 vezes), que hoje poderia ser considerado controverso. Pio XII (1939-1958), o último a usá-lo, é acusado por historiadores de ter se mantido em silêncio sobre o Holocausto, o massacre de judeus pela Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
Há também nomes menos usuais, como Simplício, Zacarias e Teodorico, que foram utilizados apenas uma vez na história.
Em teoria, os papas podem adotar seu nome de batismo, mas o último a fazer isso foi Adriano VI (1522-1523), ainda no século XVI. As trocas começaram em 533, com João II. Ele não queria manter seu nome, Mercúrio, por remeter a um deus romano e pagão.
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Homenagem a antecessores
Do século 20 para cá, o principal motivo apresentado para a escolha do nome foram a admiração e identificação com a doutrina e as realizações de papas anteriores.
Foi assim, por exemplo, com João Paulo I (1978), o italiano Albino Luciani. Primeiro a adotar um nome composto, ele homenageou os legados de João XXIII (1958- 1963) e Paulo VI (1963-1978), seus antecessores.
Papa João Paulo I em foto de arquivo
Reprodução/Vaticano
João Paulo I morreu depois de apenas 33 dias de pontificado. O polonês Karol Wojtyla o sucedeu e adotou João Paulo II (1978-2005) em sua homenagem.
Em 2005, o alemão Joseph Ratzinger adotou Bento XVI por devoção a Bento XV (1914-1922), apontado como o “papa da paz” por suas ações durante a Primeira Guerra Mundial.
Brasileiro influenciou papa Francisco em escolha
O argentino Jorge Bergoglio, que morreu aos 88 anos no último dia 21, é uma exceção na lista dos papas recentes. Ele foi o primeiro a escolher o nome Francisco.
No seu caso , a escolha teve a influência de um “hermano” brasileiro: o cardeal Cláudio Hummes.
Em março de 2013, logo após ser eleito, o papa fez uma audiência no Vaticano com cerca de 6 mil jornalistas. Foi nesse dia que ele revelou o que o levou a escolher o nome “Francisco” e a importância do apoio de Cláudio Hummes, que morreu em julho de 2022, aos 87 anos.
Cardeal brasileiro Dom Cláudio Hummes, ao lado do Papa Francisco, nos jardins do Vaticano
Yara Nardi/Reuters
“Na eleição, eu tinha ao meu lado o arcebispo emérito de São Paulo, um grande amigo. Quando a coisa começou a ficar um pouco perigosa, ele começou a me tranquilizar. E quando os votos chegaram a dois terços, aconteceu o aplauso esperado, pois, afinal, havia sido eleito o papa”, contou.
“Ele me abraçou, me beijou e disse: ‘Não se esqueça dos pobres’. Aquilo entrou na minha cabeça. Imediatamente lembrei de São Francisco de Assis.”
Em 2013, o papa também falou sobre o legado de São Francisco de Assis, que era um homem pobre. Segundo ele, a escolha do nome também refletia a visão que tinha para a Igreja.
“Eu queria uma Igreja pobre, e para os pobres”, disse, à época.
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