Kosmos 482: nave soviética pode cair no Brasil após mais de 50 anos no espaço

Cápsula de pouso da missão Kosmos 482 – Foto: Divulgação/EU SST/ND
Um pedaço de uma antiga nave soviética está prestes a cair de volta na Terra e existe a possibilidade, ainda que remota, de que ele atinja o Brasil, no sábado (10).
Trata-se da Kosmos 482, lançada em 1972 com o objetivo de alcançar Vênus. A missão falhou, a sonda ficou presa na órbita terrestre e agora, mais de 50 anos depois, um de seus fragmentos pode finalmente reentrar na atmosfera.

Segundo a Nasa, o objeto que está retornando provavelmente é a cápsula de pouso da missão, uma estrutura robusta de titânio com cerca de um metro de diâmetro e 500 quilos.
Como foi projetada para resistir às condições extremas da atmosfera de Vênus, ela tem grandes chances de sobreviver à reentrada na atmosfera da Terra sem se desintegrar completamente.
Informações estruturais da cápsula de pouso da Kosmos 482 – Foto: Divulgação/EU SST/ND
No entanto, o risco de impacto direto com pessoas ou construções é muito baixo, tranquilizam especialistas.
“É mais fácil ganhar na loteria do que ser atingido por esse tipo de lixo espacial”, afirmou Stijn Lemmens, da Agência Espacial Europeia à BBC.
Mesmo assim, autoridades internacionais monitoram sua trajetória, assim como a Urânia Planetário, o maior planetário móvel do Brasil.
Onde a Kosmos 482 vai cair?
Por enquanto, não é possível prever exatamente onde o artefato cairá, explicou a EU SST (Centros de Operações de Vigilância e Rastreamento Espacial da União Europeia).
Por causa da inclinação da sua órbita, cerca de 52 graus, o objeto espacial pode reentrar em uma ampla faixa do globo, entre as latitudes norte e sul de 52°.
Linhas amarelas: trajeto terrestre antes do centro da janela de reentrada. Linhas verdes: trajeto terrestre após o centro da janela de reentrada – Foto: Divulgação/EU SST/ND
Isso inclui praticamente toda a América do Sul, boa parte da Europa, Ásia e África, além de extensas áreas oceânicas.
A Kosmos 482 se separou em quatro partes logo após o lançamento. Este pedaço específico (a cápsula de pouso) estava equipado com paraquedas, mas é improvável que o sistema ainda funcione após décadas no espaço.
Ou seja, o impacto com o solo poderá ocorrer em alta velocidade.
A expectativa é que a reentrada aconteça por volta do dia 10 de maio, mas a estimativa pode mudar conforme os dados forem atualizados.
A União Europeia, por meio de seus centros de rastreamento (SST), segue tentando restringir o local e o horário da queda.

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