Pagar uma dívida antiga pode te prejudicar: entenda o efeito da ‘prescrição’

Pagar uma dívida prescrita reativa cobrança – Foto: Drazen Zigic/Freepik/ND
Você finalmente conseguiu organizar suas finanças e pensa em quitar dívidas antigas. Mas sabia que pagar uma dívida prescrita pode acabar te prejudicando, em vez de ajudar?
Entenda como a prescrição de uma dívida funciona e por que, mesmo sem cobrança judicial, ela continua a impactar seu relacionamento com bancos, empresas e deixando seu nome sujo.

Prescrição e caducar a dívida não são a mesma coisa
Quando falamos em dívida “prescrita” ou “caducada”, muita gente acha que isso significa que o débito deixou de existir. Mas não é assim que funciona na prática.
A prescrição ocorre quando o prazo legal para cobrança judicial acaba, o que impede o credor de acionar a Justiça – mas a dívida continua válida administrativamente.
Já a caducidade se refere ao prazo para que o nome do devedor seja retirado dos cadastros de inadimplentes, como SPC e Serasa. Com isso, o nome “fica limpo”, mas a dívida não desaparece e ainda pode trazer prejuízos.
Pagar uma dívida prescrita pode reativar o problema
Se você decide pagar uma dívida prescrita, mesmo com boa intenção, pode estar reativando a cobrança. Isso porque o pagamento é interpretado como reconhecimento do débito e pode abrir espaço para nova contagem de prazo ou até restrições futuras.
Não pague sem saber se a dívida está prescrita para evitar transtornos – Foto: Freepik/Reprodução/ND
De acordo com decisão recente do STJ, a cobrança extrajudicial de dívida prescrita não é permitida. No entanto, o nome do devedor pode continuar visível em plataformas como a Serasa Limpa Nome, o que impacta o histórico de crédito e futuras negociações.
Entenda os prazos da prescrição
Segundo o Código Civil, o prazo de prescrição varia:

5 anos: dívidas de cartões de crédito, serviços públicos, planos de saúde;
3 anos: aluguéis e títulos de crédito;
1 ano: hospedagem e consumo em hotéis e restaurantes;
10 anos: quando a lei não define prazo menor.

Vale lembrar que, se o credor entrar com ação antes do prazo expirar, a prescrição é interrompida e começa a contar novamente.
O risco no histórico financeiro
Mesmo que a dívida não seja mais cobrada judicialmente, ela permanece registrada no cadastro positivo e pode afetar o score de crédito. Bancos e empresas consultam essas informações antes de liberar empréstimos, cartões ou financiamentos.
Pagar uma dívida antiga exige atenção – Foto: Pixabay/Reprodução/ND
Ou seja, aquela dívida antiga, mesmo quitada fora do prazo, pode seguir dificultando seu acesso ao crédito.
Como evitar esse tipo de prejuízo
Antes de pagar uma dívida muito antiga, busque orientação jurídica. Um advogado especializado pode te ajudar a entender se vale a pena quitar, negociar ou apenas deixar que ela continue prescrita.
Também é essencial manter o planejamento financeiro e o controle, montar uma reserva de emergência e evitar compras por impulso.

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