Pesquisa ouviu 999 mães solo, de diferentes regiões do país, sobre percepção de valorização, trabalho informal e conhecimento em finanças pessoais – Foto: Freepik/ND
A insegurança financeira faz com que 81% das mães solo brasileiras recorram ao trabalho informal para complementação de renda, aponta pesquisa realizada em diferentes regiões do país.
Às vésperas do Dia das Mães, o estudo revela que, independentemente da configuração, a maior parte das mães se sente protagonista da própria vida financeira.
A pesquisa foi realizada pelo Serasa, em parceria com o Instituto Opinion Box. Foram ouvidas 999 mães, de diferentes realidades e estados civis, entre os dias 14 e 24 de fevereiro de 2025. O levantamento mostra que a responsabilidade orçamentária dos lares recai, majoritariamente, sobre as mulheres.
Conforme o levantamento, 96% das mulheres viúvas sentem que prover o lar é uma responsabilidade delas. Entre as mães solo, esta sensação é comum entre 86% das entrevistadas. Entre as divorciadas e casadas, ou em união estável, esta percepção é menor: 83% e 80% respectivamente.
Mães solo se sentem menos valorizadas dentro da família, aponta pesquisa do Serasa – Foto: Freepik/ND
Mesmo com essa obrigação, apenas 3 em cada 10 mulheres com filhos se sentem preparadas para lidar com o dinheiro. Ao destrinchar, é possível perceber que os números são muito próximos entre os diferentes arranjos: viúvas (24%), divorciadas (40%), casadas/união estável (30%) e solo (30%). Apesar dessa falta de conhecimento, 8 em cada 10 delas buscam aprender cada vez mais sobre o assunto.
Mães solo se sentem menos valorizadas, aponta estudo
Ao serem questionadas sobre a valorização de esforços para cuidar das famílias, as mães casadas ou em união estável são as que mais se sentem reconhecidas (74%). Em seguida, aparecem as viúvas (71%), divorciadas (70%) e, por último, as mães solo (65%).
Além disso, equilibrar a rotina profissional com os cuidados da casa e dos filhos continua sendo um grande desafio para todas elas. Cerca de 95% das divorciadas relatam dificuldades, assim como 92% das mães solo, 90% das casadas e 89% das viúvas.
“Esse acúmulo de funções impacta diretamente na saúde mental e na qualidade das decisões financeiras. A falta de tempo, o cansaço e a sobrecarga emocional dificultam o planejamento e favorecem o endividamento”, afirma Patrícia Camillo, especialista em educação financeira da Serasa.
Trabalho informal é realidade para 81% das mães solo, diz pesquisa
Diante do cenário de múltiplas responsabilidades, as mulheres com filhos buscam alternativas para organizar as contas e adaptar o orçamento. Segundo a pesquisa, 81% das mães solo já precisaram recorrer a algum tipo de trabalho informal para complemento de renda. Entre as divorciadas, o índice é de 73%; entre casadas, 67%; e entre viúvas, 62%.
Cerca de 81% das mães solo precisaram recorrer a algum tipo de trabalho informal para complementar a renda, diz pesquisa – Foto: Michaela Zolakova/Freepik/ND
Os tipos de trabalho variam de acordo com a estrutura familiar. As mães solo tendem a atuar no setor de limpezas (38%), enquanto as divorciadas e viúvas costumam oferecer cuidados a idosos (29% e 25% respectivamente). Entre as casadas, a atuação como revendedoras de produtos, espécie de trabalho informal, é a mais comum (39%).
Além do trabalho informal, a pesquisa também revela que as mães buscaram algum tipo de crédito para lidar com despesas inesperadas, quitar dívidas de cartão de crédito e limpar o nome. “Esse movimento demonstra não apenas a pressão do dia a dia, mas também o esforço contínuo em manter as contas em ordem”, complementa Patrícia.