Um dos eventos mais tensos desta sexta-feira (9) foi uma microexplosão atmosférica em Itapiranga, também conhecida como downburst – Foto: CBMSC/ND
A rápida chegada de uma frente fria provocou temporais severos no Oeste catarinense na tarde desta sexta-feira (9), e um dos eventos mais tensos foi uma microexplosão atmosférica em Itapiranga, também conhecida como downburst.
O fenômeno ocorreu após um forte aquecimento causado por uma corrente de jato de ar quente em baixos níveis da atmosfera, conforme a Defesa Civil de Santa Catarina.
Microexplosão atmosférica em Itapiranga
A pasta explica que o forte aquecimento unido com a aproximação da frente fria vinda da divisa com o Rio Grande do Sul e Argentina, houve formação de uma linha de instabilidade que desencadeou tempestades com rajadas violentas de vento.
Imagens de satélite do GOES-19 e dados do radar meteorológico de Chapecó mostram núcleos de chuva com refletividade superior a 60 dBZ e ventos ultrapassando os 100 km/h entre 13h30 e 14h30. A região de Itapiranga foi uma das mais afetadas.
Microexplosão atmosférica em Itapiranga – Foto: CBMSC/ND
Por isso, com base nos danos registrados e na análise das imagens de radar, meteorologistas avaliam que o município foi atingido por uma microexplosão.
Palmitos e outras cidades próximas também registraram impactos significativos. A Defesa Civil segue monitorando a situação e deve divulgar um relatório técnico com a confirmação do fenômeno nos próximos dias.
O que é uma microexplosão atmosférica?
Segundo o meteorologista Piter Scheuer, o fenômeno identificado em Itapiranga, conhecido como “downburst”, ocorre quando uma coluna de ar desce da base de uma nave de tempestade em altíssima velocidade, atingindo o solo com força e se espalhando de forma linear e radial.
O fenômeno identificado em Itapiranga, é conhecido como “downburst” – Foto: Canva/ND
Esse tipo de evento costuma durar entre 3 e 7 minutos e afeta áreas menores que 6 km², conforme o especialista.
Além disso, também foi registrada uma frente de rajada, que antecede a chegada da linha de instabilidade. Trata-se do ponto de encontro entre o ar frio que desce da nuvem (fluxo de saída) e o ar quente que sobe do ambiente (fluxo de entrada).
Conforme Scheuer, esse contraste gera ventos intensos, frequentemente associados a eventos como downbursts ou downdrafts. Cidades de todo o Grande Oeste catarinense enfrentaram os impactos desses vendavais.