Haddad quer mais exportações e prioriza mercado externo

Fernando Haddad, ministro da Fazenda – Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
O ministro da Fazenda Fernando Haddad quer exportações como modelo econômico para o desenvolvimento do país. Em entrevista ao Uol, nesta segunda-feira (12), o ministro afirmou que a política comercial do Brasil nos últimos anos foi equivocada.
Quando questionado sobre o projeto de desenvolvimento do país, o ministro defendeu que apenas distribuição de renda e incentivos para atender demandas internas específicas não contribuem para os objetivos da Fazenda. De acordo com o ministro, o Brasil deveria priorizar o mercado externo ao consumo interno e, por isso, Haddad quer exportações em maior volume.
“É ótimo olhar para o mercado interno, o povo tem que comer, tem que viver bem. O presidente Lula defendeu um país de classe média, que todo mundo tenha acesso a bens e serviços. Mas ninguém se desenvolve assim hoje”, afirmou Haddad ao Uol.

Nesta segunda-feira (12), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, cumpre agenda na China. Aliás, Fernando Haddad quer exportações de acordo com o modelo do país.
“Um país como a China, que tem uma população de 1,4 bilhão de habitantes, está olhando para o mercado externo. Como é que o Brasil que tem 215 milhões vai olhar só para o nosso mercado interno?”, comentou.
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante encerramento do Fórum Empresarial Brasil-China, Pequim – China.
 – Foto: Ricardo Stuckert/PR
Haddad quer exportações, governo olha mercado interno
Enquanto Haddad quer exportações, o governo mantém atenção ao mercado interno. A balança comercial do Brasil neste ano, que simplificadamente calcula os valores de exportação subtraídos das importações, soma US$218 milhões. No ano passado, nesse mesmo período, o saldo era de US$324 milhões.
Comparando os números de 2024 e de 2025, as exportações caíram 0,7% enquanto as importações subiram 10,4%. Em algumas regiões do país, como Santa Catarina, as exportações cresceram.
O Brasil segue deficitário nas relações com a China e com os Estados Unidos. O ministro Haddad quer exportações assim como faz a China e, para ampliar o mercado, defendeu uma postura pragmática na guerra comercial criada com o o anúncio de tarifas por parte do presidente dos EUA, Donald Trump.
“O Brasil, do meu ponto de vista, está fazendo a política certa. O Brasil não está escolhendo bloco econômico, o Brasil sabe que para se desenvolver, precisa de bons acordos comerciais com a Ásia, bons acordos comerciais com a Europa e um bom acordo também com os Estados Unidos”, comentou Haddad.
Fernando Haddad quer exportações como modelo de desenvolvimento do país – Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Enquanto Haddad quer exportações, o presidente Lula costuma sinalizar prioridade ao mercado interno. Em entrevista à Rádio Tupi FM, do Rio de Janeiro, em fevereiro deste ano, Lula afirmou que a demanda de consumo da população brasileira tem que ser atendida antes de pensar a exportação, principalmente de alimentos.
“O Brasil virou quase que um supermercado do mundo. E nós queremos discutir com os empresários que queremos que eles exportem, mas não pode faltar para o povo brasileiro”, afirmou Lula.

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