
No domingo (11), foi realizada a encenação da retirada dos caiapós, um dos eventos mais tradicionais da festividade. Tradicional encenação da ‘Retirada dos Caiapós’ é encenada em Poços de Caldas
A Festa de São Benedito, uma das mais antigas e tradicionais de Poços de Caldas (MG), termina nesta terça-feira (13) com uma missa celebrada pelo bispo Dom José Lanza e uma tradicional procissão que reúne milhares de pessoas.
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A festa completou 121 edições este ano. Iniciada em 1º de maio, teve celebrações religiosas e quermesse todas as noites. O evento é tão tradicional na cidade que o seu último dia, em 13 de maio, é feriado municipal.
Comemoração da Festa de São Benedito em Poços de Caldas (MG)
Prefeitura de Poços de Caldas
A programação da terça-feira começa às 10h, com a missa, na qual há a participação dos grupos de congado e de caiapós da cidade.
“É uma missa na qual eles são integrados, cantam, apresentam e depois da celebração eles fazem uma apresentação de todos os ternos de congos e caiapós”, afirmou o padre Reginaldo, pároco da Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, responsável pela festa de São Benedito.
Às 16h, ocorre a procissão, que sai da capela São Benedito, com trajeto pelas principais ruas do centro.
De noite acontece o último dia da quermesse. As barracas de várias paróquias da cidade servem tutu, pão de queijo com pernil, caldos, porções e quentão, além de outras bebidas.
Retirada dos caiapós
Retirada dos caiapós é encenada em Poços de Caldas
Fabiana Assis/g1
No domingo (11) foi realizado um dos marcos tradicionais da festa: a encenação da retirada dos caiapós.
Em meio à natureza da Fonte dos Amores em Poços de Caldas, seis grupos de ternos de congo e dois grupos Caiapós participam do ato que representa o encontro dos negros, representados pelo congado, com os indígenas – primeiro povo escravizado no Brasil – para avisa-los que a Lei Áurea havia sido assinada e a escravidão havia acabado.
Vítor Augusto Ramos está há décadas no grupo dos caiapó da Vila Cruz e trabalha para a manutenção da tradição. É ele mesmo quem desenha envolve e confecciona os trajes usados nas apresentações.
“Que nós possamos levar isso para frente, deixar os filhos que são pequenos aprender também a fazer tanto no congo como no caiapó. Pôr as crianças para aprender a dançar, a levar uma cultura para frente”, disse.
Terno de congo se apresenta na encenação da “Retirada dos Caiapós”, em Poços de Caldas
Fabiana Assis/g1
A família da professora Elizabeth Ramos participa todos os anos. A tradição faz parte de uma promessa feita para São Benedito.
“O meu pai dança desde os 7 anos e quando a minha filha ficou doente e entrou em coma, ele fez a promessa que se ela curasse ele ia ficar 10 anos sem dançar e quando ele voltasse a dançar, a família inteira ia dançar junto. Porque só o meu irmão dançava, as meninas não dançavam. E família inteira dança para pagar essa promessa eternamente”, contou.
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