Cursos de medicina mal avaliados devem ser fechados, diz diretor da Faculdade Albert Einstein

Quatro em cada 10 cursos de medicina tem média ideal em avaliação do MEC – Foto: Freepik/Reprodução/ND
Cursos de medicina mal avaliados devem ser fechados em universidades, opinou Alexandre Holthausen, diretor-superintendente de Ensino do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, faculdade ligada à rede de hospitais com o mesmo nome.
A opinião foi dada em entrevista ao Estadão, quando o médico cardiologista disse que “tudo funciona à base de recompensa e punição”.

O médico disse que avaliações negativas que não são seguidas de uma correção de rota são pouco válidas. Segundo ele, é necessário punir, inclusive com o fechamento dos cursos de medicina com notas baixas.
“A gente tem de proteger o público porque, no fim do dia, os alunos terão o que buscam, que é um diploma, e quem fica desassistido nessa história é o paciente.”
Quatro em cada 10 cursos de medicina têm média ideal em avaliação do MEC
Quatro em cada dez cursos de medicina tiveram média 4 ou 5 no Enade de 2023, avaliação do Ministério da Educação (MEC) com resultados divulgados em abril. A média é considerada ideal pelo CPC (Conceito Preliminar de Cursos). A nota máxima, cinco, só foi alcançada por seis faculdades, incluindo a Albert Einstein.
Alexandre Holthausen afirma que mesmo o Enade é insuficiente para medir a qualidade da formação de médicos no país. Segundo o cardiologista, a avaliação não abrange aspectos como a formação humana e socioemocional, e não tem tempo suficiente para avaliar os campos de estágio.
Diante do cenário, o diretor da faculdade comparou:
“Se tem um açougue vendendo carne sem higiene, é justo fechar esse açougue? Acho que é. Se tem alguém que vende material de construção e esse material está com baixa qualidade e as casas vão cair na cabeça das pessoas, é justo que esse sujeito seja impedido de vender o material de construção. Quando começa a fazer esses paralelos e olha o que significa ter um indivíduo num hospital, começo a achar que faz sentido esse tipo de coisa”, observa.
O MEC supervisiona graduações que tiveram avaliações ruins e acompanha as instituições durante um ano. Caso a faculdade não supere as deficiências, o MEC pode aplicar medidas cautelares e penalidades que podem chegar à desativação do curso.

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