Segundo Cassie Ventura, as orgias de P. Diddy duravam de 36 horas a quatro dias – Foto: Divulgação
A ex-namorada de Sean Combs, mais conhecido como P. Diddy, prestou depoimento nesta terça-feira (13) no julgamento que apura acusações de tráfico sexual, agressões físicas, e outros crimes cometidos pelo rapper.
Grávida de oito meses, a cantora Cassie Ventura foi a testemunha mais aguardada do processo e relatou com detalhes a rotina de abusos que viveu ao longo do relacionamento de dez anos.
“Eram brigas violentas que geralmente resultavam em algum tipo de agressão física”, afirmou a ex-namorada. “Ele bateu com força na minha cabeça, me arrastou pelo chão, me chutou, pisou na minha cabeça”, detalhou, destacando que os episódios “aconteciam com frequência”.
A cantora de 38 anos também contou que as “freak-offs”, como eram apelidadas as orgias organizadas pelo rapper, se tornaram parte central da sua vida. As festas, regadas a álcool e drogas, poderiam durar de 36 horas a quatro dias.
P. Diddy é acusado de drogar e estuprar mulheres durante festas em sua casa – Foto: Reprodução/Internet
“Era como um trabalho. Minha vida era participar dos freak-offs, me recuperar dos freak-offs, ser abusada ou tentar evitar os abusos”, revelou durante o julgamento.
Cassie Ventura ainda alegou que não tinha interesse em participar das festas, mas se sentia obrigada e tinha medo da reação violenta do namorado: “Chegou a um ponto em que eu não sentia que tinha muita escolha”.
Um dos homens mais influentes da música, o produtor e empresário ganhou três Grammys – Foto: Getty Images/Reprodução/ND
Segundo o testemunho, o magnata da indústria musical pagava homens para manter relações sexuais com a então companheira, enquanto ele assistia. Em diversas ocasiões, Cassie estava sob efeito de drogas e era filmada.
O dançarino Daniel Phillip, também ouvido no julgamento, diz ter sido contratado para fazer sexo com a namorada de P. Diddy. Em uma ocasião, a cantora pediu que ele urinasse sobre o corpo dela, enquanto o rapper se masturbava.
Julgamento de P. Diddy: rapper pode ser condenado à prisão perpétua
P. Diddy, de 55 anos, foi preso em setembro de 2024 e enfrenta acusações que incluem tráfico sexual, formação de quadrilha e transporte para fins de prostituição. Ele está detido desde então no Metropolitan Detention Center, em Nova York, e pode pegar prisão perpétua caso seja condenado.
O depoimento de Cassie Ventura traz a polêmica de volta ao centro das discussões. O caso começou em novembro de 2023, quando ela entrou com uma ação civil contra P. Diddy, encerrado com um acordo de 30 milhões de dólares (mais de R$ 168 milhões). Na época, a cantora foi identificada como “Vítima 1” no processo.
Em vídeo, o rapper chuta Cassie Ventura e a arrasta de volta para o quarto de hotel – Foto: Reprodução/ND
As acusações ganharam nova repercussão em 2024, quando a CNN divulgou imagens de uma câmera de segurança de 2016 que mostram o rapper, sem camisa, agredindo Cassie em um corredor de hotel e a arrastando de volta ao quarto. A defesa de P. Diddy alega que o vídeo foi manipulado e que não reflete o contexto completo.
Ao longo do depoimento na terça-feira, a cantora de R&B descreveu como conheceu o rapper em Nova York, em meados de 2007, e como o envolvimento afetivo evoluiu rapidamente.
Cassie Ventura tinha 22 anos quando foi convidada por Diddy para um “freak-off” pela primeira vez – Foto: Reprodução/Flickr/ND
“Foi meu primeiro relacionamento adulto de verdade. Era diferente, o estilo de vida dele. Eu estava encantada”, lembra.
O encantamento, no entanto, durou pouco. “Fiz uma cara errada e levei um soco no rosto”, relata, ao descrever o comportamento controlador do ex-companheiro.
A cantora também abordou os abusos psicológicos e o medo constante de ter sua carreira destruída por vídeos íntimos que, segundo ela, eram gravados sem seu consentimento.
Com informações do Estadão Conteúdo
