Bolsonaro e militares: ex-presidente evita comentários sobre Braga Netto e Mauro Cid – Foto: UOL/YouTube/Reprodução/ND
O ex-presidente Jair Bolsonaro e militares estão afastados durante julgamento no STF (Superior Tribunal Federal) sobre a tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023. Em entrevista ao Uol, nesta quarta-feira (14), Jair Bolsonaro evitou responder se confiaria no seu antigo candidato à vice-presidência em 2022, general Braga Netto, e no ajudante de ordens que o serviu durante o mandato, tenente-coronel Mauro Cid.
Questionado sobre o círculo de confiança, o ex-presidente afirmou que resta 10% dos companheiros que iniciaram a caminhada em 2018. No entanto, não afirmou se o general reformado Braga Netto estaria entre eles.
Bolsonaro e militares: PF afirma que Braga Netto financiou ações ilícitas – Foto: Marcos Correa/Agência Brasil/ND
Bolsonaro e militares enfrentam julgamento
O general está preso desde fim de 2024 por obstrução de Justiça diante de uma série de crimes graves. Entre eles, organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado contra o patrimônio da União com uso de violência e ameaça, além de deterioração de patrimônio tombado.
As acusações colocam Braga Netto como um dos principais articuladores do esquema golpista, com papel ativo no planejamento e financiamento das ações. Na entrevista, o ex-presidente afirmou que o ministro do STF Alexandre de Morares tem uma sanha persecutória contra Bolsonaro e militares.
Bolsonaro e militares: então ministro da Defesa, Braga Netto, durante a cerimônia – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente reforçou a confiança inicial em Braga Netto, afirmando que “é uma pessoa que eu me apaixonei” e que não acredita no envolvimento do militar em uma conspiração para tirar Bolsonaro do poder depois de destituir Lula, o que ficou conhecido como o plano do golpe do golpe.
“Agora essa questão do golpe do golpe, é a mesma coisa. No computador de quem você achou aquilo, no caso acho que foi o Mário Fernandes também, ele tinha que ser ouvido e não foi ouvido até hoje”, comentou Bolsonaro sobre o caso.
Em sua fala, Bolsonaro faz referência ao general Mario Fernandes, general da reserva e ex-número dois da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro. Foi em seu computador que a PF encontrou a minuta do golpe de Estado e o plano Punhal Verde e Amarelo, que previa uso de veneno e explosivos para matar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.
Atualmente, Mario Fernandes e Braga Netto estão presos por obstrução de Justiça. Proibido de conversarem na Justiça, Bolsonaro e militares mantêm uma estratégia de defesa jurídica independente. De acordo com o ex-presidente, ele já estaria preso e morto se estivesse em território nacional durantes os ataques às sedes dos Poderes em Brasília.
Segundo Bolsonaro, não há sua assinatura no documento e ele não tinha ciência da sua existência, apesar dos comandantes do Exército e da Aeronáutica afirmarem à investigação que o ex-presidente propôs um estado de sítio.
“Não estou dizendo que eles mentiram, de jeito nenhum. A minha conversa com os comandantes sempre foi pacífica, nunca no espírito de eu sou o presidente e você é comandante”, afirmou Bolsonaro. “O documento nunca existiu porque não foi assinado por ninguém. Foi conversado sobre sítio e defesa. Daí apareceu a minuta, mas eu quero ter acesso à minuta para poder me defender”, relatou o presidente.
Relação de Bolsonaro e militares em cheque durante julgamento sobre 8 de janeiro – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Bolsonaro evita Braga Neto e militares em entrevista
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