Mortalidades diminuem e nascimentos chegam ao menor patamar em 50 anos, diz IBGE

Índices de natalidade dão continuidade à tendência de famílias menores, entende IBGE – Foto: Freepik/ND
O número de nascimentos e mortes no Brasil caiu no ano de 2023, em relação aos anos anteriores. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Conforme o órgão, o baixo índice de natalidade aponta continuidade de tendências demográficas já observadas na última década: famílias menores, maternidade tardia e envelhecimento da população.

Segundo o levantamento dos Registros Civis, foram registrados 2.598.289 nascimentos em 2023, dos quais 2.523.267 ocorreram efetivamente no ano. O número representa uma queda de 0,7% em relação a 2022 e de 12% quando comparado à média anual do período pré-pandemia (2015–2019). Desde 2015, o Brasil perdeu quase 430 mil nascimentos por ano.
Os óbitos também recuaram. Em 2023, foram registradas 1.450.421 mortes, sendo que 1.429.575 ocorreram efetivamente no ano. Isso representa uma queda de 5% em relação a 2022, na maioria explicada pela dissipação dos efeitos diretos da pandemia de Covid-19. Em 2021, por exemplo, o país havia atingido um pico histórico de mortes.
Mulheres estão optando por ter filhos mais tarde, mostra levantamento do IBGE – Foto: Freepik/ND
Menos nascimentos e mortes no Brasil
Mães mais velhas, menos filhos
Um dos fatores por trás da queda nos nascimentos é o adiamento da maternidade. Em 2023, 39% dos bebês nasceram de mães com 30 anos ou mais, e houve uma queda acentuada na proporção de nascimentos entre mulheres com até 29 anos. Regiões como o Distrito Federal (49,4%) e o Rio Grande do Sul (44,3%) lideram em nascimentos entre mulheres acima dos 30.
O Brasil também assiste a uma mudança regional no comportamento reprodutivo. O Centro-Oeste foi a única grande região a registrar aumento no número de nascimentos desde 2015 (+1,1%), enquanto Sudeste, Sul, Norte e Nordeste apresentam retrações.
Estados como Tocantins (+3,4%) e Goiás (+2,8%) tiveram crescimento no número de registros em 2023, contrastando com Rondônia, que teve a maior queda (-3,7%).
Menos mortes após o pico da pandemia
A queda nos óbitos em 2023 consolida a reversão do pico vivido em 2021, auge da pandemia de Covid-19. A maioria das mortes (71%) ocorreu entre pessoas com 60 anos ou mais, e a faixa etária com maior recuo proporcional foi a de 80 anos ou mais, com queda de 7,9%.
IBGE acredita que, com o envelhecimento da população e a queda na taxa de fecundidade, o país pode enfrentar desafios futuros relacionados à força de trabalho, previdência e políticas de cuidado com idosos – Foto: Pixabay/ND
Apesar disso, persistem desigualdades significativas. Óbitos por causas não naturais — como homicídios, acidentes e suicídios — seguem afetando desproporcionalmente os homens, sobretudo os mais jovens. Na faixa de 15 a 19 anos, morrem 872 homens por causas externas para cada 100 mulheres, segundo o IBGE.
Com o envelhecimento da população e a queda na taxa de fecundidade, o país pode enfrentar desafios futuros relacionados à força de trabalho, previdência e políticas de cuidado com idosos. Segundo especialistas, os dados reforçam a necessidade de o Brasil investir em políticas públicas que respondam às novas configurações familiares e etárias.
“As estatísticas derivadas dessas informações constituem um importante instrumento de acompanhamento da evolução populacional no País, proporcionando, além de estudos demográficos, subsídios para a implementação e avaliação de políticas públicas”, diz o IBGE, sobre queda de nascimentos e mortes no Brasil.
No entendimento do IBGE, a conjunção de menos nascimentos e mortes no Brasil reflete uma transição demográfica avançada.
*Com informações do R7.

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