Funcionários são indiciados pelo crime de maus-tratos após morte de Nana – Foto: Arquivo Pessoal/Eduardo Carvalho Motta
Nana, uma cachorra da raça shih tzu de 13 anos, morreu na última semana em uma clínica veterinária de Florianópolis durante um procedimento de banho e tosa. A Polícia Civil indiciou dois funcionários do local pelo crime de maus-tratos.
Eduardo Carvalho Motta, tutor da cadela, contou que descobriu a morte ao ir buscá-la na clínica, onde o animal havia sido levado como de costume. “Ela foi um presente para minha filha há 13 anos. Quando cheguei em casa, minha filha perguntou o que aconteceu e eu disse: ‘filha, me desculpa’”, relatou emocionado.
Polícia concluiu que animal ficou sozinho e imobilizado por horas, o que configura maus-tratos
Segundo Eduardo, ao chegar ao local, um funcionário entrou na sala onde os animais ficavam, mas demorou a retornar. Outros dois funcionários fizeram o mesmo, também sem dar explicações. Desconfiado, o tutor decidiu entrar na sala e encontrou os três parados, olhando para um canto do ambiente.
Lá, viu um pano preto cobrindo algo e uma corda esticada. Ao levantar o tecido, encontrou Nana já sem vida. “Ela estava com a língua roxa para fora, os olhos muito saltados e o corpo já rígido. Um pesadelo. Eu só queria voltar para casa com ela, mas a vi indo embora em uma caixa para fazer a necrópsia”, descreveu.
Cachorra havia sido presente para filha de Eduardo – Foto: Arquivo Pessoal/Eduardo Carvalho Motta
Eduardo fotografou o ambiente, a bancada onde a cadela teria sido colocada e a corda usada para imobilizá-la. Um boletim de ocorrência foi registrado e a Polícia Civil abriu investigação.
A perícia concluiu que Nana foi deixada sozinha sobre a bancada e amarrada por quase três horas, sem acesso à água e sem poder fazer necessidades. Segundo os investigados, ela era mantida ali por ser considerada “agitada” após o banho, o que a polícia classificou como prática irregular.
Investigados confessaram ter deixado cachorra sozinha amarrada em bancada após banho, configurando maus-tratos – Foto: Arquivo Pessoal/Eduardo Carvalho Motta
Foram indiciados a funcionária que amarrou o animal e o profissional que a deixou sozinha. A Clínica Veterinária Lovely Dog publicou nota lamentando o ocorrido, afirmou que nunca havia registrado caso semelhante e disse ter aberto uma investigação interna, além de se colocar à disposição dos tutores para esclarecimentos.