França anuncia prisão de segurança máxima na Amazônia para traficantes e radicais islâmicos

Prisão na Amazônia anunciada pelo ministro francês será de segurança máxima  – Foto: Reprodução/X/ND
O ministro da Justiça francês, Gérald Darmanin, anunciou no domingo (18) que a França vai construir uma prisão na Amazônia. O complexo terá capacidade para 500 detentos, sendo 60 de segurança máxima.
Segundo Darmanin, a penitenciária será destinada a narcotraficantes, presos radicalizados pelo islamismo e indivíduos que representam ameaça à segurança nacional.

A medida é uma resposta ao crescimento do tráfico de drogas na Guiana Francesa, território ultramarino da França na América do Sul, assim como a superlotação carcerária. A prisão na Amazônia será construída até 2028 em Saint-Laurent-du-Maroni, na fronteira com o Suriname.
Presídio na Guiana Francesa será destinado a criminosos altamente perigosos – Foto: Freepik/ND
O objetivo é “afastar permanentemente as cabeças da rede do narcotráfico para não terem mais nenhum contato com suas filiais criminosas”, disse o ministro da Justiça.
Projeto de prisão na Amazônia enfrenta críticas e evoca ‘Ilha do Diabo’ na Guiana Francesa
Após a visita à Guiana Francesa no domingo, o anúncio de Gérald Darmanin foi alvo de polêmica. Isso porque Saint-Laurent-du-Maroni já foi a principal porta de entrada para prisioneiros franceses enviados ao trabalho forçado nos séculos 19 e 20.
A Guiana Francesa era uma colônia penal, para onde os espiões, presos políticos e traidores da pátria eram deportados. Os campos penitenciários, conhecidos como ‘bagne’ na França, operaram de 1795 a 1953 na Guiana.
Além de cumprir pena na metrópole, todos os condenados a menos de oito anos de trabalho forçado deviam servir o mesmo tempo novamente na colônia. Quem era sentenciado a mais de oito anos cumpria prisão perpétua.
Ilha do Diabo na Guiana Francesa era usada como campo de trabalho forçado para prisioneiros – Foto: Divulgação/ND
O campo mais famoso se localizava na Ilha do Diabo e abrigou o capitão Alfred Dreyfus, condenado injustamente à prisão perpétua por traição na França e enviado à Guiana Francesa em 1894.
O local inspirou o filme “Papillon”, dirigido por Franklin J. Schaffner em 1973, no qual Steve McQueen interpreta um arrombador de cofres condenado à prisão perpétua e transferido à Ilha do Diabo.
Representantes locais da Guiana Francesa protestaram contra o projeto da prisão na Amazônia, denunciado uma “volta do bagne”. Em resposta, o ministro Gérald Darmanin esclareceu que a penitenciária não será destino de deportados franceses como no passado.

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