‘Resposta a quem insiste’, diz advogado sobre condenação tardia de empresário por feminicídio

Sérgio Nahas foi condenado pelo STF após 23 anos do crime – Foto: Reprodução/R7/ND
Após mais de duas décadas, o empresário Sergio Nahas foi condenado no STF (Supremo Tribunal Federal) pelo feminicídio da estilista Fernanda Orfali, sua esposa. O julgamento se arrastou com decisões anuladas, recursos e instabilidades processuais até que o caso tivesse um desfecho.
Fernanda tinha 28 anos quando foi assassinada a tiros, em 2002. O crime aconteceu no apartamento em que ela morava, em São Paulo.

Caso Sérgio Nahas tramitou por 23 anos
Sérgio Nahas foi preso em flagrante após o crime, entretanto, foi solto poucos dias depois. O processo correu por 16 anos até a primeira condenação do empresário, em 2018. Durante esse período a defesa entrou com diversos recursos, muitos considerados protelatórios.
A pena inicial de Nahas era de sete anos de prisão no regime semiaberto, em 2021, o Tribunal de Justiça de São Paulo aumentou sua pena para oito anos e dois meses no regime fechado.
Após um novo recurso da defesa do empresário, o caso chegou ao STF, que manteve as condenações das instâncias anteriores. A decisão da Corte foi unânime; os votos seguiram o do relator Dias Toffoli.
Primeira condenação de Sérgio Nahas foi em 2018 – Foto: Nahas-STF
Para o advogado Davi Geabra, que representa a família da vítima, a decisão do STF marca um dos casos de feminicídio mais emblemáticos da cidade de São Paulo.
“É uma resposta a quem insiste. A quem não desiste. Essa condenação não apaga o sofrimento, mas repara minimamente uma ausência que nunca deveria ter sido tratada com indiferença”, afirmou Geabra.
Relembre o caso Sérgio Nahas
Empresário foi condenado, em 2025, pelo feminicídio da esposa em 2002 – Foto: Reprodução/R7/ND
Fernando Orfali, na época com 28 anos, estava casada com Sergio Nahas, na época com 38 anos, há seis meses, quando descobriu que ele a traía e que era usuário de drogas. Fernanda chegou a ligar para o seu irmão 30 minutos antes de ser morta.
A estilista morreu com um tiro no coração. O empresário alegou que a vítima se trancou no closet e cometeu suicídio, entretanto, a perícia encontrou pólvora na camisa de Sérgio Nahas, que tentou esconder a roupa embaixo de sua cama.
Ainda em liberdade
Apesar da condenação, Nahas ainda responde ao processo em liberdade.
A advogada de Sérgio Nahas, Adriana Machado e Abreu, informou por meio de nota que “o caso se encontra em grau de recurso para que uma injusta condenação/prisão não ocorra.”
Denuncie a violência contra a mulher
Toda violência doméstica deve ser denunciada sob a Lei Maria da Penha. Se presenciou ou foi vítima, informe as autoridades.
Em Santa Catarina, a denúncia pode ser feita de maneira online na Delegacia de Polícia Virtual da Mulher por este link ou pelo WhatsApp (48) 98844-0011.
Na Polícia Militar, usa-se o aplicativo PMSC Cidadão. Já por telefone, a denúncia pode ser anônima pelos telefones 181 (Polícia Civil), 190 (Polícia Militar) e 180 (Disque Denúncia).

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