‘Cada Censo, mais deputados?’: Presidente do Novo critica aumento e fala em risco de colapso

Presidente do partido Novo critica aumento de cadeiras na Câmara dos Deputados – Foto: ND Mais
O presidente nacional do Partido Novo, Eduardo Ribeiro, criticou a proposta aprovada pela Câmara dos Deputados no início de maio que aumenta o número de parlamentares de 513 para 531. Em entrevista exclusiva ao ND Mais, ele disse que é contra essa mudança e alertou que isso pode abrir um “precedente perigoso” e um risco de “colapso”.
O projeto, que ainda será analisado pelo Senado, pretende ajustar a quantidade de deputados de acordo com o crescimento da população, mostrado pelo último Censo do IBGE.

A medida tem impacto no orçamento estimado em R$ 64,6 milhões por ano e recebeu 270 votos favoráveis e 207 contrários. A maioria dos partidos apoiou o projeto, com exceção de PSOL, Cidadania, Novo e Rede, cujos parlamentares presentes votaram em bloco contra a proposta.
Redistribuir sim, aumentar não
Eduardo Ribeiro afirmou que concorda com a ideia de redistribuir as cadeiras para que a representação dos estados seja proporcional ao número de habitantes, como determina a Constituição.
No entanto, ele critica o fato de o Congresso ter optado por apenas acrescentar vagas aos estados que cresceram em população, sem retirar cadeiras daqueles que perderam representatividade.


Presidente do partido Novo comenta sobre o aumento no número de deputados – Vídeo: ND Mais
“O resultado disso foi que aumentou o número de deputados. Então, a cada eleição, a cada Censo, vai-se aumentar o número de deputados? Isso está errado”, criticou o presidente, enfatizando que a Câmara é a casa do povo e deve representar com justiça a população de cada estado. Ele lembrou ainda que o Senado já cumpre a função de representar os estados igualmente.
Partido Novo quer crescer com responsabilidade
Apesar das críticas, o presidente do partido Novo reconheceu que a mudança traz mais representatividade para estados como Santa Catarina, que deve passar de 16 para 20 deputados federais. Isso pode facilitar a eleição de novos nomes e fortalecer partidos como o Novo, que, segundo ele, está em crescimento.
“Em 2018, tivemos 177 mil votos. Em 2022, quase 300 mil. E a tendência é continuar crescendo em 2026”, afirmou Eduardo Ribeiro.
 
Mandatários do partido Novo em encontro em Florianópolis – Foto: Partido Novo/Divulgação
O presidente da sigla também está otimista com o crescimento do partido em Minas Gerais, São Paulo e outras regiões, onde a legenda tem ganhado espaço em prefeituras e câmaras municipais. Ele mencionou a chegada recente dos deputados Ricardo Salles (SP) e Luiz Lima (RJ) ao partido, e disse que outras lideranças devem se filiar até abril de 2026.
“Eu estou plenamente confiante de que nós vamos entrar em 2026, começar 2027 com mais mandatos, uma bancada muito maior do que a gente tinha lá em 2018”, concluiu.
Evento do partido Novo – Foto: Partido Novo/Divulgação
Enquanto o Senado ainda vai decidir sobre o projeto, o debate continua intenso em Brasília. De um lado, quem defende mais representantes para acompanhar o crescimento da população. Do outro, partidos como o Novo, que alertam para os custos e para o risco de um inchaço sem controle na Câmara dos Deputados.

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