Argentina lança ofensiva contra o crime na fronteira com o Brasil – Foto: RIC Mais/Divulgação/ND
O governo da Argentina deu início nesta segunda-feira (26) a uma nova ofensiva contra o crime organizado nas regiões de fronteira com o Brasil.
Batizada de Plano Guaçurarí, a estratégia foi apresentada pela ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, e tem como foco a repressão ao tráfico de drogas, ao contrabando e à atuação de facções transnacionais na província de Misiones, que faz divisa com Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Argentina lança ofensiva contra o crime na fronteira com o Brasil
O Plano Guaçurarí prevê uma série de ações coordenadas ao longo de 25 quilômetros da fronteira seca em Misiones, região considerada crítica pelo governo argentino devido à intensa movimentação de produtos ilegais e à presença de grupos criminosos.
O objetivo é bloquear rotas do tráfico e desarticular esquemas de contrabando que impactam diretamente a economia do país.
Segundo Bullrich, a fronteira com o Brasil estava “abandonada” e “sem uma estratégia clara”, o que teria facilitado a entrada do crime organizado. A ministra destacou ainda que assassinatos por encomenda, narcotráfico e violência aumentaram na região justamente pela ausência de controle efetivo.
Cooperação com o Brasil e atuação conjunta das forças de segurança
De acordo com o Ministério da Segurança argentino, o governo Milei está em articulação com autoridades brasileiras para identificar e combater organizações criminosas com atuação dos dois lados da fronteira.
A operação conta com forças federais argentinas e visa fortalecer o intercâmbio de informações de inteligência.
Além disso, serão intensificadas as fiscalizações em pontos estratégicos, com foco na apreensão de drogas, armas e produtos contrabandeados na fronteira com o Brasil.
Exército em áreas remotas e reforço aéreo
A ofensiva faz parte de um plano mais amplo de vigilância de fronteiras promovido pelo governo de Javier Milei. No final de abril, a Argentina anunciou o envio de mais de 10 mil militares para patrulhar áreas rurais e pouco povoadas nas divisas com Brasil, Paraguai e Bolívia.
Essas ações contam com apoio logístico de alta tecnologia, incluindo radares móveis, drones, helicópteros, sistema de comunicações e até uma aeronave modelo Diamond, voltada à coleta de dados estratégicos.
