
Primeiro procedimento envolveu botox, informou cirurgião. Natani Santos, de 35 anos, foi mordida pelo próprio cachorro e teve parto do lábio arrancado. Imagens fortes
g1
Natani Santos, após 1º procedimento de reconstrução do lábio
Raulino Brasil/Arquivo pessoal
Natani Santos, a mulher de 35 anos que foi mordida pelo próprio cachorro em Rondônia, passou pela primeira etapa de reconstrução do lábio. A operação ocorreu na tarde de segunda-feira (26) em Araranguá, no Sul de Santa Catarina.
A mulher teve o lábio arrancado em Ji-Paraná (RO) em 5 de maio. O cão se chamava Jacke e era da raça chow-chow. Segundo Natani, o cachorro rosnou instantes antes do ataque, mas a mordida foi inesperada e rápida.
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A operação foi feita em Santa Catarina para que fosse realizada pelo Projeto Leozinho. A iniciativa é do cirurgião facial Raulino Brasil, que faz procedimentos no rosto de forma gratuita. O hospital dele fica em Araranguá.
O profissional conversou com o g1 sobre como foi essa primeira operação de Natani.
“Na primeira etapa, a gente reposicionou toda a parte da musculatura, fez o retalho. E agora vai baixar bem o lábio dela e ela vai ficar com a boca bem travada porque eu fiz a aplicação de botox nela. Justamente para travar bem esse lábio dela, para ela não movimentar e a cicatriz ficar bem boa”.
Haverá outras etapas. “No segundo momento, a gente desenha o lábio dela. Bota só um pedacinho de língua ali no pequeno defeito dela, na hora que desinchar bem”, completou.
O próximo procedimento deve ser realizado daqui a 15 ou 20 dias, informou Raulino, “para corrigir aquele defeito central ali. Porque a primeira etapa foi bem difícil, mas foi um sucesso”.
O médico é o mesmo que operou o rosto da influenciadora Mariana Michelini, que perdeu o lábio em uma harmonização com PMMA em 2020 no interior de São Paulo. Ela também fez a cirurgia em Santa Catarina de forma gratuita.
Mulher é mordida no rosto e tem o lábio arrancado por cão de estimação em Rondônia
Por que alguns cães se tornam agressivos?
De acordo com o médico veterinário Clebson Gonçalves, as raças como o chow chow têm predisposição a problemas locomotores e que situações de dor podem desencadear comportamentos agressivos, principalmente quando o animal não recebe acompanhamento adequado.
“Esse animal poderia estar com dor, e na hora que a tutora pegou ele e foi brincar, essa dor ter agravado. E ele, como resposta à dor, ter agredido ela, e não que basicamente ele queria morder ela por vontade própria ou só porque ela tocou nele.”
O veterinário ressaltou que a falta de adestramento e de socialização adequada também pode influenciar diretamente no comportamento de um cão e que é responsabilidade do tutor cuidar desse aspecto desde cedo.
“Muito desses animais, às vezes, independente da raça, não atacam o dono por quererem atacar. Por isso que é importante o acompanhamento do médico veterinário e o adestramento desde cedo. Muitos donos criam um animal para realmente ficar agressivo e ele chega ao ponto de atacar alguém.”
Sobre o caso ocorrido em Ji-Paraná, Clebson explicou que, após um ataque, o protocolo prevê que o animal seja encaminhado ao Centro de Zoonoses para avaliação da equipe médica.
“Quando ocorre um caso desse de um animal ter atacado o dono, esse animal vai ter que ser submetido do local onde ele reside, vai ter que ser encaminhado para o centro de zoonoses. No centro de zoonoses a equipe médica dos veterinários vai avaliar esse animal e sim, provavelmente esse animal vai vir a ser feita a eutanásia”.
Segundo a Secretaria Municipal de Proteção e Bem-Estar Animal de Ji-Paraná, o cão de Natani passou cinco dias em observação e apresentava “agressividade extrema, dificuldade de manejo, havendo risco iminente à equipe e a terceiros”.
Foram descartadas raiva e outras doenças. Mesmo assim, o cachorro foi sacrificado, com autorização do tutor, marido de Natani.
Atenção: imagens fortes – g1 Espírito Santo
Divulgação
Natani Santos (à esquerda) depois da mordida do seu cachorro Jacke, de 5 anos (à direita), que não vive mais com ela
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