De ‘cabeça de ovo’ a ‘rocambole do inferno’: veja momentos inusitados de sessões do STF

Ministros do STF Luis Roberto Barroso e Alexandre de Moraes sorriem durante sessão – Foto: Reprodução/ND
As sessões do STF (Supremo Tribunal Federal) normalmente são cheias de termos jurídicos e decisões sérias que impactam o país. Mas, nos últimos tempos, quem acompanha as sessões tem se deparado com algo bem diferente: cenas curiosas, trocas de farpas e até apelidos inesperados.

Relembre episódios marcantes de sessões do STF neste ano
Bate-boca entre Dino e Mendonça: ‘Não sou ladrão’
No dia 7 de maio, uma discussão entre os ministros André Mendonça e Flávio Dino ganhou os noticiários. O motivo: a análise de uma ação que discute se é justo aumentar a pena para crimes como calúnia e difamação quando cometidos contra servidores públicos.
O relator, Luís Roberto Barroso, defendeu que o aumento só deve valer para o crime de calúnia, que é a falsa acusação de crime. Dino discordou: para ele, qualquer ofensa à honra de servidores por conta do cargo merece punição mais severa. Mendonça saiu em defesa da liberdade de expressão, dizendo que servidores devem estar preparados para críticas – “mais ácidas, injustas, desproporcionais”.


Ministros do STF batem boca em sessão – Vídeo: TV Justiça/Reprodução/ND
O embate ganhou temperatura quando Barroso citou casos em que políticos são chamados de “ladrão”, o que, para ele, configura calúnia. Mendonça rebateu: “Chamar alguém de ladrão é uma opinião”. O debate, que começou jurídico, virou quase pessoal.
‘Cabeça de ovo’: Moraes ironiza apelido em sessão
No dia 21 de maio, Alexandre de Moraes também chamou atenção ao comentar, com ironia, os apelidos usados contra ele por investigados. Durante o julgamento de uma denúncia apresentada pela PGR, Moraes leu em voz alta um trecho em que o coronel do Exército Márcio Nunes de Resende Júnior o chama de “cabeça de ovo”.
Moraes leu a transcrição da fala do militar: “Se a gente não tem coragem de enfrentar o cabeça de ovo, vamos enfrentar quem?”.

Moraes leu os apelidos durante julgamento da Primeira Turma do supremo – Vídeo: Reprodução/ND
Em tom sarcástico, Moraes comentou sobre os nomes atribuídos a ele pelos investigados: “Além disso, eles também conseguiram fazer vários apelidos para esse ministro relator”.
‘Rocambole do inferno’: Flávio Dino expõe ofensas recebidas
No dia seguinte, 22 de maio, Flávio Dino também levou um momento inusitado ao plenário. Enquanto votava em um caso sobre tribunais de contas, o ministro leu um comentário ofensivo recebido pela ouvidoria do STF.
Nele, um cidadão o chamou de “rocambole do inferno” e ainda sugeriu agressões físicas. Dino leu o texto com ironia, citando inclusive que, à época das manifestações mencionadas pelo autor da ofensa, ele “tinha 11 anos e estava jogando bola”.

‘Rocambole do inferno’: Ministro lê xingamento recebido por ouvidoria – Vídeo: Reprodução/Portal Migalhas/STF
Dino ainda brinca sobre o comentário. “Vou perguntar para minha esposa o que ela acha, e ela vai dizer: ‘Você é meu rocambole, não do inferno’, disse o ministro.
Tumulto com desembargador aposentado
As cenas de tensão não pararam por aí. Em 25 de março, o desembargador aposentado Sebastião Coelho foi detido por tumultuar a sessão da Primeira Turma do STF.
Aos gritos, ele reclamava de não poder entrar na sala de julgamento, interrompendo a leitura de Alexandre de Moraes. Coelho é advogado de um dos acusados de tentativa de golpe, Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro.

Tumulto com desembargador aposentado – Vídeo: X/Reprodução
Risos com Cármen Lúcia
Nem só de polêmicas vive o STF. No mesmo dia da confusão com o desembargador, a ministra Cármen Lúcia protagonizou um momento de humor.
Durante uma conversa com Flávio Dino sobre a época em que ele foi juiz auxiliar do supremo, a ministra brincou sobre sua idade após ser chamada, indiretamente, de “decana”.

Carmen Lúcia no STF – Vídeo: X/Reprodução
“Olha, ministro. Vossa Excelência já indicou que eu sou a decana da turma, eu não posso nem falar nada. O outro já indicou as velhinhas. Hoje eu sou um alvo preferencial”, disse a decana.

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