Aécio Neves defendeu união entre PSDB e Podemos como “alternativa no centro democrático” – Foto: Alex Loyola/Divulgação PSDB/ND
A união entre PSDB e Podemos deu mais um passo rumo a concretização com a aprovação, na última quinta-feira (5), na convenção nacional tucana, em Brasília. Porém, ainda restam etapas para a oficialização do acordo que, afinal, é uma fusão ou incorporação?
O que a convenção nacional tucana aprovou foi a incorporação do Podemos por parte do PSDB. A assessoria de comunicação da sigla, que já comandou o Brasil por oito anos, alega ao ND Mais que a questão é jurídica.
Como o PSDB compõe uma federação com o Cidadania, que só vence em 26 de maio de 2026, o partido não pode ser incorporado ou se fundir. Mas a cúpula tucana, durante a convenção, garantiu que, fora do papel, a união entre PSDB e Podemos vai funcionar como uma fusão.
União entre PSDB e Podemos: próximos passos
Com a aprovação da união entre PSDB e Podemos por parte da convenção nacional tucana, a próxima etapa é a aprovação em uma convenção nacional do Podemos. O evento ainda não tem data.
Juridicamente, com a aprovação no Podemos, restaria dar a entrada no processo de incorporação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e aguardar a homologação. Nos bastidores, há mais detalhes a serem acertados.
Renata Abreu preside o Podemos, que ainda precisa aprovar em convenção nacional a união – Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados/ND
Os dois partidos devem se reunir na próxima semana para começar a discutir os pontos em abertos. A nova sigla deve adotar o nome de PSDB+Podemos, provisoriamente. A denominação definitiva, novo estatuto e número de urna ficam para depois.
Uma coisa certa é que a direção adotará sistema de rodízio e que o tucano, mascote histórico do PSDB, não será aposentado. Aécio Neves defendeu que o movimento vai dar ao país uma “alternativa no centro democrático”, que vai ser “radical no que importa”.
‘Rivalidade’ com PSD
O deputado federal e ex-governador de Minas Gerais, reforçou que o PSDB não fez parte do governo Jair Bolsonaro (PL) e não está com o governo Lula (PT), em clara cutucada ao PSD, de Gilberto Kassab. A sigla tem sido o destino favorito dos políticos que deixaram o ninho tucano, como os governadores Eduardo Leite (RS) e Raquel Lyra (PE).
Único governador do PSDB+Podemos, Eduardo Riedel (MS), também já teve conversas com o PSD e sua permanência na nova sigla ainda não está definida. O novo partido, formado da união entre PSDB e Podemos, terá 31 deputados federais e sete senadores.
Leite, ao desembarcar no PSD, disse que seu novo partido era uma “atualização do PSDB”. “Vários integrantes (ex-tucanos) estão aqui e percebem um sentimento dentro deste PSD muito semelhantes àquele que embalou o PSDB por muitos anos”, declarou no ato de filiação.
Aécio Neves não deixou barato e provocou o ex-companheiro de partido, dizendo que a troca o diminuia e foi feita pensando em projetos locais, uma vez que, em sua visão, o PSD “provavelmente terá outras opções na disputa presidencial.”