Milton Cunha assina cenografia inspirada em Belém nos palcos do 1º Festival ‘Aceita’

Marcado para agosto deste ano, festival deve reunir 30 atrações nacionais e internacional na capital que vai receber a COP-30 em 2025. A tradicional Festa da Chiquita, de Eloy Iglesias, é uma das inspirações. Milton Cunha assinará cenografia de palcos do 1º Festival Aceita, em Belém
Divulgação / Vitória Leona
O paraense Milton Cunha, um dos carnavalescos mais icônicos do Brasil, está iniciando um novo projeto na Amazônia. Ele está em Belém para visitar locais simbólicos da cidade e desenvolver a cenografia artística da primeira edição do Festival Aceita, voltado à diversidade e à preservação do meio ambiente.
Uma das inspirações será a Festa da Chiquita, de Eloy Iglesias – festividade que ocorre durante o Círio de Nazaré.
O festival Aceita contará com mais de trinta atrações, nacionais e internacionais. São artistas do universo LGBTQIA+, construindo o cenário pop e musical e irão aportar na Amazônia nos dias 23, 24 e 25 de agosto de 2024, em um espaço náutico no bairro do Guamá, em Belém.
A proposta é aliar o debate sobre direitos humanos, diversidade e a relevância da região amazônica, lugar com pluralidade cultural e biodiversidade que será palco da Conferência das Partes (COP-30) em novembro de 2025.
Além de Milton assinando a cenografia, o festival com Cássio Nogueira, na direção criativa; Lany Cavaléro, na direção executiva; e Romário Alves, na direção artística. A realização do festival é pelas agências Criattiva e Cavallero.
Milton conta que o festival é uma forma de celebrar Belém, uma cidade rica em história e identidade.
“O Festival Aceita é a coroação do pensamento que diz ‘escuta nós somos encantados, nós somos seres da floresta’. O nosso açaí, a nossa pupunha, tudo isso estará representado nos 22 cenários megalomaníacos desse festival, que vai ser um acontecimento. É uma forma de traduzir a coragem do paraense, esse ‘paraensismo’ fabuloso que tanto impressiona o mundo”.
Carnavalesco Milton Cunha assina cenografia inspirada em Belém para o Festival Aceita
História
Nascido em Belém e criado na Ilha de Marajó, Milton Cunha foi mal compreendido pela família devido à homossexualidade. Aos 19 anos se mudou do Pará para o Rio de Janeiro, em 1982, e nunca mais veria os pais pessoalmente.
Uma vez na cidade do Rio, o talento artístico de Milton começa a ser reconhecido; o primeiro mecenas foi o empresário da noite Chico Recarey, dono de famosas boates da cidade à época. Formou-se em Psicologia. Dez anos depois, incentivado pelo presidente de honra da escola de samba Beija-Flor Anísio Abraão David, Milton Cunha tornou-se carnavalesco.
Iniciou a carreira de carnavalesco na Beija-Flor, herdando o escritório do carnavalesco Joãosinho Trinta; a estreia o colocou de imediato entre os cinco melhores do carnaval do Rio. Na Beija-Flor, Milton ficou de 1994 a 1997. Depois passou pela União da Ilha, Leandro de Itaquera de São Paulo, Unidos da Tijuca e em seguida foi para a São Clemente, onde ficou por dois anos tendo inclusive estreado no Grupo A.
Em 2006, foi carnavalesco da Viradouro e no ano seguinte, continuou no outro lado da “poça”, só que como da Porto da Pedra. No carnaval de 2008 se afastou, mas foi convidado para participar da comissão de carnaval da São Clemente, elaborando o enredo. Em 2009, voltou a ser carnavalesco da Viradouro e no ano seguinte continuou em Niterói, só que como carnavalesco da Cubango.
A partir de 2007 iniciou a carreira internacional trabalhando no Brazilian Ball do Canadá, Toronto, onde esteve até a última edição do baille, em setembro de 2012. A partir de 2010 tornou-se o carnavalesco da primeira escola de samba de San Luis: a Sierras del Carnaval realizando os desfiles de 2010 a 2013. Nos últimos quatro anos realizou trabalhos relacionados ao carnaval em Estocolmo, Londres e Johanesburgo. Trabalhou como cenógrafo de shows em Angola e Brasil, para artistas como Luan Santana e Ney Matogrosso.
É o diretor artístico dos espetáculos da Cidade do Samba, onde está desde 2007. Graduou-se em psicologia e fez mestrado e doutorado na UFRJ em letras (ciência da literatura), sobre a Rapsodia Brasileira de Joãozinho Trinta. Atua também na TV, integrou o programa Primeiro Time na extinta TVE Brasil entre 1999 e 2001, desde 2002, comentou vários desfiles do acesso e campeãs.
Em 2013, foi para a TV Globo, onde comentou os desfiles da Série A e Grupo Especial. Em fevereiro de 2015, lançou o livro “Carnaval é Cultura: Poética e técnica no fazer escola de samba”.
Permaneceu como comentarista do Desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro na TV Globo e exerceu a mesma função no desfile das campeãs pelo portal G1. Em maio de 2015, Milton foi escolhido pela nova liga de carnaval “Associação Samba é Nosso” para ser o diretor cultural da entidade.
Em 2024, Milton também comentou o Desfile das escolas de samba de São Paulo na TV Globo.
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