
Na sexta-feira, a moeda americana fechou em queda, a R$ 5,5696, no menor patamar desde outubro. Bolsa de valores também caiu e encerrou o dia aos 136.102 pontos. Notas de real e dólar
Amanda Perobelli/ Reuters
O dólar opera em queda de 0,26% nesta segunda-feira (9), cotado a R$ 5,5552 às 9h02. O Ibovespa só começa a operar após as 10h.
Na sexta-feira (6), a moeda americana fechou no menor patamar desde outubro. A bolsa de valores também caiu e encerrou o dia aos 136.102 pontos.
▶️ Hoje, o mercado reage às medidas anunciadas neste fim de semana pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para aumentar a arrecadação do governo e compensar a provável revogação do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Entre as ações que estão sendo discutidas — e que devem ser implementadas oficialmente quando o presidente Lula voltar da viagem à França —, estão o fim da isenção de Imposto de Renda (IR) para títulos de investimento como LCI e LCA e o aumento da taxação das apostas esportivas.
▶️ Além disso, os investidores monitoram o andamento das negociações entre Estados Unidos e China sobre tarifas de importação. Representantes das duas potências vão se reunir nesta segunda, em Londres, para discutir um novo acordo comercial.
Entenda abaixo como cada um desses fatores impacta o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -2,60%;
Acumulado do mês: -2,60%;
Acumulado do ano: -9,87%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -0,58%;
Acumulado da semana: -0,67%
Acumulado do mês: -0,67%;
Acumulado do ano: +13,15%.
Impasse do IOF
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite deste domingo (8) que o governo pretende editar uma medida provisória (MP) para aumentar a arrecadação dos cofres públicos e, dessa forma, vai conseguir “recalibrar” o decreto sobre a alta do IOF.
A equipe econômica do governo se reuniu com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), além de líderes partidários, para tentar chegar em um consenso com relação a alterativas sobre o aumento do tributo.
Entre as medidas anunciadas, além da recalibragem do decreto do IOF, estão:
o fim da isenção do Imposto de Renda para títulos de investimento como Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), que vão passar a ter alíquota de 5%;
o aumento de 9% para 15% e 20% da tributação da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para instituições financeiras, o que inclui fintechs;
a alta da taxação das apostas esportivas de 12% para 18%.
O governo também afirmou que pretende reduzir o gasto tributário em pelo menos 10% e discutir a redução de gastos primários.
Haddad frisou, no entanto, que vai aguardar o presidente Lula voltar da viagem à França, provavelmente na terça-feira (10), para comunicar o que ficou acordado na reunião.
O anúncio do decreto sobre a alta do IOF foi divulgado há pouco mais de duas semanas pelo governo, junto com um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento deste ano, com o objetivo de equilibrar as contas públicas e cumprir a meta fiscal.
No entanto, o mercado reagiu mal à decisão, o que levou o governo a recuar no mesmo dia de parte da medida. Além disso, o Congresso começou a se movimentar para aprovar uma derrubada do decreto presidencial sobre o aumento de imposto, algo inédito nos últimos 25 anos.
O governo, então, buscou os presidentes da Câmara e do Senado para negociar uma proposta alternativa que substitua parte dos ganhos que seriam obtidos com o novo IOF.
Haddad se reúne com Motta, Alcolumbre e líderes para buscar alternativas do IOF
EUA x China
Representantes dos Estados Unidos e da China têm uma reunião marcada nesta segunda-feira (9), em Londres, na Inglaterra, para discutir um novo acordo comercial e resolver a guerra comercial iniciada pelas tarifas do presidente americano Donald Trump.
Espera-se que o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o secretário do Comércio, Howard Lutnick, e o representante comercial Jamieson Greer representem os EUA nas negociações comerciais, enquanto o vice-primeiro-ministro He Lifeng provavelmente estará presente com a delegação chinesa.
Na semana passada, uma ligação telefônica entre Trump e o presidente da China, Xi Jinping, animou os mercados.
O presidente dos EUA afirmou que ele e Xi conseguiram resolver as “complexidades” do acordo comercial sobre tarifas de importação e reiterou que a conversa “resultou em uma conclusão muito positiva para ambos os países”.
Trump tem mantido um cabo de guerra com Pequim desde o anúncio, em abril, de um pacote de tarifas que impactou diversos países, especialmente a China.
Em busca de um meio-termo, os dois países firmaram um acordo temporário em 12 de maio, concordando em reduzir as tarifas por um período de 90 dias.
Desde a assinatura do acordo, no entanto, os dois países enfrentam dificuldades para chegar a um consenso nas negociações.
A situação é acompanhada de perto por investidores preocupados com a possibilidade de uma guerra comercial caótica prejudicar os lucros corporativos e interromper as cadeias de suprimentos nos meses cruciais que antecedem a temporada de compras de fim de ano.
🔎 O mercado entende que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar à desaceleração da maior economia do mundo e até a uma recessão global.
*Com informações da agência de notícias Reuters.