
Cecília Monteiro dá frutas e sementes para psitacídeos livres que vivem em São Paulo Paulistana recebe a visita de mais de 80 aves por dia na varanda de casa
Não importa a estação do ano, a semana e nem o mês, todos os dias, às 5h30 da manhã, a paulistana Cecília levanta da cama e começa a preparar o café das visitas. No cardápio, há frutas e sementes.
Depois de servir os alimentos na varanda da casa onde mora, na zona leste de São Paulo, em uma mesinha improvisada, quando bate 6h30 no relógio já é possível avistar e até ouvir os convidados chegando. É hora do banquete.
“Chamo eles de os verdinhos, porque geralmente recebo três espécies de psitacídeos: maritacas, maracanãs e periquitos-ricos. No total, cerca de 80 aves aparecem aqui todos os dias para comer. São todas livres e, depois de visitarem minha casa por uns 30 minutos, vão embora viver por aí”, conta Cecília.
Aves voam até a varanda na zona leste de SP
Cecilia Monteiro
A rotina das aves começou a ser compartilhada nas redes sociais de Cecília, que faz lives dos indivíduos comendo e ainda posta vídeos e fotos dos “inquilinos”. Mais de 30 mil pessoas seguem e acompanham essa interação.
“Muita gente deixa mensagens para mim, tanto nos vídeos como no direct, dizendo o quanto os vídeos ajudam elas. Nossa, tem tanta história interessante, pessoas que não estão bem e falam que os vídeos ajudam trazendo paz. Crianças que ficam esperando a live junto com a mãe para assistir. Tem uma idosa que está enfrentando um princípio de Alzheimer e a mãe a filha assistem junto as lives também todos os dias. Isso para mim eh não tem preço, eu fico muito feliz”.
O início
Tudo iniciou há pouco mais de três anos, quando Cecília começou a colocar água e sementes no quintal. Logo, bem-te-vis, sanhaços, sabiás-laranjeira e joões-de-barro apareceram.
Percebendo rolinhas vivendo no telhado do vizinho, Cecília, que sempre gostou dos animais por influência da mãe, decidiu também colocar frutas na janela da lavanderia.
“Em um sábado frio de manhã, vi pela janela um bando de maracanãs e brinquei: ‘venham comer aqui’, acredita que elas vieram? Aos poucos o número de aves foi crescendo e mudei da lavanderia para a varanda por ter um espaço maior”, relembra.
Atualmente, Cecília sempre coloca mamão, maça e banana, mas quando pode, aumenta a diversidade com acerolas, uvas, jaboticabas e até melão, além de amendoins e outras sementes.
Às vezes, as aves retornam de tarde para comer novamente
Cecilia Monteiro
“No inverno aumenta a quantidade de aves que vêm aqui, porque acho que é uma época que elas não encontram tantos frutos nas árvores da cidade. Além do café da manhã, no final da tarde reponho algumas comidas e parte dos bandos sempre volta”, conta Cecília.
No início, as aves não aceitavam aproximação, mas hoje em dia a paulistana fica perto dos animais e até reconhece várias que ganham nomes como pouca-pena, pirulito, Felipe Augusto, Claudinha.
De acordo com ela, essa aproximação, principalmente com os psitacídeos, ocorreu em uma fase muito difícil da vida e a ajudou a ter forças para levantar e criar uma rotina de alimentação com os animais
As aves devolveram meu ânimo e gosto de ver elas livres, vindo e indo quando querem. A natureza foi muito generosa comigo, sou grata demais
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