Fim da polarização? ‘Ranço’ aos extremos pode impulsionar terceira via em 2026

Cansados do petismo e do bolsonarismo? Pesquisa recente da Genial/Quaest aponta que o brasileiro está inclinado a mudar de ares, ou pelo menos, cansado da polarização política dos últimos anos. Os números indicam que a rejeição aos extremos pode impulsionar uma terceira via em 2026.
Segundo os números revelados pelo levantamento, a maior parte dos entrevistados não quer saber nem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nem  de Jair Bolsonaro (PL) como candidatos à Presidência no ano que vem. Enquanto 66% dos entrevistados consideram que o petista não deveria tentar a reeleição,  65% avaliam que Bolsonaro, inelegível até 2030, deveria desistir de sua pré-candidatura e apoiar outro nome em 2026.

A pesquisa Genial/Quaest entrevistou 2.004 brasileiros entre os dias dias 29 de maio e 1.º de junho. A margem de erro é de dois pontos porcentuais e o índice de confiança é de 95%. E é neste cenário que podem surgir nomes ‘alternativos’ ao Palácio do Planalto, a famosa terceira via.
A tal terceira via passa pelos governadores Ratinho Júnior a Ronaldo Caiado, passando por Eduardo Leite e Geraldo Alckmin, e até o ano que vem pode surpreender com novos nomes para fugir do candidato dos partidos que hoje vivem em oposição.
Equanto o Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é apontado como o candidato natural do legado de Bolsonaro, e Haddad seria mais uma vez a aposta petista caso Lula desistisse da reeleição, partidos se articulam para emplacar um nome fora do eixo da polarização.
Seis governadores comparecem ao ato pró-Bolsonaro, em defesa da anistia – Foto: Reprodução/Instagram/ND
Governadores surgem como apostas para uma terceira via em 2026

Ronaldo Caiado, reeleito governador de Goiás, é um dos políticos que sonha com o Planalto, e desde a primeira eleição direta no Brasil após o fim da ditadura militar, em 1989. Filiado ao União Brasil, que recentemente se uniu ao Progressistas numa federação, Caiado anunciou oficialmente a pré-candidatura num evento em Salvador, e tem investido na campanha apostando nos bons números de seu governo. Político experiente, com diversos mandatos como deputado federal e senador, Caiado tem se destacado como gestor de resultados, especialmente na economia e segurança pública.
Eduardo Leite é mais um pré-candidato assumido, e quer trocar o Rio Grande do Sul pelo Distrito Federal. O governador gaúcho desembarcou do PSDB no PSD de Gilberto Kassab, e pode ser a alternativa da legenda, a que mais cresceu nas eleições municipais de 2024, ao Palácio do Planalto. Mas nesse caso Leite terá que enfrentar a concorrência dentro do próprio partido, que também tem entre os nomes de futuros presidenciáveis o do governador do Paraná, Ratinho Júnior. Recentemente, em Brasília, Leite garantiu aos jornalistas que está “pronto e preparado” para 2026, e quer se colocar como um candidato do país, um bom nome. Eduardo Leite afirmou que quer ser lembrado por uma proposta, e não porque é “menos ruim” que outro nome.
Ratinho Júnior é o nome do PSD para a disputa presidencial de 2026. A pré-candidatura foi anunciada pelo presidente nacional do partido, Gilberto Kassab (PSD), em 2023. O governador do Paraná já admitiu que qualquer cidadão que se coloque candidato é um privilegiado, e disse que gostaria de ter essa oportunidade. “Se o meu partido [PSD] assim permitir, é óbvio que vou trabalhar para isso”, afirmou o governador.
Romeu Zema, governador de Minas Gerais, é mais um que surge como possível presidenciável em 2026. Embora o político mineiro já tenha sido mais citado quando se trata da sucessão presidencial, não é impossível que uma futura candidatura ganhe corpo mais para frente.
Tarcísio de Freitas, o govenador de São Paulo, é o queridinho da direita. Embora leve os votos dos mais extremistas, teria uma boa aceitação também entre os mais moderados, mas ainda não está confirmado, já que parece preferir continuar no Palácio dos Bandeirantes, antes de se aventurar na disputa pelo Planalto.

Palácio do Planalto. Foto: ND Mais – Foto: Palácio do Planalto. Foto ND Mais
Direita conservadora: disputa pode permanecer em família e escolha entre Michelle ou Eduardo
Com Jair Bolsonaro inelegível, por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), também tem quem aposte num cenário mais à direita mesmo, com a candidatura da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro; ou do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, que teria total apoio do pai.
Mas se este for o cenário, partidos de Centro já sinalizam que não apoiariam o candidato, e teriam a missão de escolher um candidato mais moderado. Já Michelle, que hoje comanda o PL Mulher, pode sair candidata ao Senado no ano que vem.
Outros partidos ainda aguardam o início de 2026 para realizar consultas e decidir quem apoiar ou lançar no ano que vem. Até lá, avaliam parlamentares e analistas, muita coisa pode acontecer e a terceira via finalmente se concretizar como alternativa ao Planalto.

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