Vapor Babitonga: o barco que ligou Joinville a São Francisco no século XIX – Foto: Divulgação/Arquivo Histórico/ND
Você já imaginou como eram as viagens até São Francisco do Sul no século 19? Antes das estradas pavimentadas que hoje ligam Joinville à cidade litorânea em cerca de 1h30, uma pequena embarcação chamada Vapor Babitonga fazia essa travessia.
Comprado em 1878 por Frederic Bruestlein, administrador da Colônia Dona Francisca, o barco foi pioneiro no transporte regular entre as duas cidades.
A chegada em águas catarinenses
O Vapor Babitonga chegou a Joinville em novembro de 1878. Com 14 metros de comprimento por 2,5 metros de largura, o barco tinha capacidade para transportar até cinco toneladas, mais o combustível necessário.
Construído na Europa com casco de aço, motor a caldeira movida a lenha, foi transportado do Porto de Le Havre, na França, até o Rio de Janeiro no convés de outro navio.
Comprado na França em 1878, o barco navegou por mais de 50 anos nas águas catarinenses – Foto: Arquivo Histórico/Divulgação/ND
Originalmente batizado como Vedette, o barco foi nacionalizado e rebatizado como Babitonga ao chegar a Santa Catarina. Seu propósito era manter a comunicação regular entre o porto de São Francisco do Sul, Joinville e Paraty (atual Araquari), conforme contrato firmado entre Frederico Bruestlein e o governo provincial em 1880.
A primeira viagem
Em maio de 1888, o Babitonga realizou sua primeira viagem oficial entre São Francisco do Sul e Joinville, transportando passageiros e bagagens. O Jornal Gazeta de Joinville na época destacou a rapidez da embarcação, que levou 30 passageiros e completou o trajeto de ida em duas horas e meia, enquanto a volta foi feita em apenas duas horas.
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Comprado na França em 1878, o barco navegou por mais de 50 anos nas águas catarinenses – Arquivo Histórico/Divulgação/ND
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Primeira embarcação a fazer o transporte regular entre Joinville e São Francisco do Sul – Arquivo Histórico/Divulgação/ND
Proprietário do Babitonga, Frederico Bruestlein recebeu da presidência da província a concessão para operar o serviço regularmente em 1º de junho de 1888, iniciando oficialmente as viagens regulares no dia seguinte.
As viagens não tinham horários fixos, pois dependiam da maré para a navegação pelo rio Cachoeira, que só era possível em maré cheia, a cada 12 horas aproximadamente. O trajeto sempre saía de Joinville pela manhã e retornava de São Francisco do Sul à tarde.
Nessa rotina, o comandante Otto Benack e o maquinista Otto Patzsch foram figuras-chave na operação do barco durantee todos aqueles anos em que cruzaram o trajeto do rio Cachoeira, depois Lagoa do Saguaçú, Baia Babitonga.
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Porto de Joinville no Rio Cachoeira em 1910 – Arquivo Histórico/Divulgação/ND
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Barcos atracados no moinho de Joinville em 1920 – Arquivo Histórico/Divulgação/ND
O fim das atividades do Vapor Babitonga
O Babitonga navegou até o ano de 1930, quando foi aposentado na praia de Paulas. Depois de anos deteriorado e enferrujado, foi praticamente esquecido pela população das duas cidades.