
Em 2025, o mundo vivenciou o segundo mês de maio mais quente da história, segundo o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da União Europeia, divulgado na noite desta terça-feira (10).
A temperatura média do ar em todo o planeta foi calculada em 15,79°C, apenas 0,12°C abaixo do recorde para maio, em 2024 (15,91ºC).
O boletim mensal indica que as temperaturas da superfície global no mês passado foram em média 1,4ºC mais altas do que no período pré-industrial de 1850-1900, quando os humanos começaram a queimar combustíveis fósseis em escala industrial.
Os dados aparecem em um momento contraditório da ação climática mundial: enquanto China e União Europeia diminuem suas emissões, o governo Trump, nos EUA, e empresas de tecnologia aumentam o uso de combustíveis fósseis.
“As temperaturas ficaram acima da média no oeste da Antártida, em uma grande área do Oriente Médio e oeste da Ásia, no nordeste da Rússia e no norte do Canadá”, acrescentou o boletim do Copernicus.
Fim da sequência preocupante
Nos últimos 22 meses, o mundo registrou médias mensais de temperaturas acima de 1,5ºC da temperatura pré-industrial. A sequência só foi quebrada agora, nos dados obtidos em maio de 2022, com 1,4ºC acima.
“Embora isso possa oferecer um breve alívio para o planeta, esperamos que o limite de 1,5°C seja excedido novamente em um futuro próximo devido ao aquecimento contínuo do sistema climático”, disse Carlo Buontempo, diretor do Copernicus.
O conceito por trás da temperatura usado como medidor é a meta limite de aquecimento global a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais, para combater os impactos das mudanças climáticas. A meta foi estabelecida no Acordo de Paris.
Segundo o Copernicus, o período de junho de 2024 a maio de 2025 foi 1,57°C mais quente que a média na época anterior à industrialização.
Impactos das secas
Regiões do Reino Unido, Alemanha, Suécia e Dinamarca enfrentaram em maio a pior seca e os menores níveis de umidade do solo desde 1979. Rússia, Ucrânia e Turquia também registraram chuvas muito abaixo do normal.
A falta de chuva provocou o menor fluxo de água nos rios da Europa durante a primavera desde o início das medições, em 1992.
Entre março e maio de 2025, secas acima da média afetaram a América do Sul, a Europa Central, grande parte da América do Norte e a Ásia Central, de acordo com o observatório.
Em um relatório, a equipe de pesquisa World Weather Attribution (WWA) informou que a camada de gelo da Groenlândia derreteu 17 vezes mais rápido do que a média anterior, durante uma onda de calor em maio que também atingiu a Islândia.