Deseja estudar nos Estados Unidos Saiba como ficar em dia com a legislação do país – Foto: Banco de Imagens/ND
Estudar nos Estados Unidos — ou em outros países do exteior — é, para muitos brasileiros, uma oportunidade de transformação acadêmica e pessoal. A vivência internacional amplia o repertório cultural, desenvolve a autonomia e fortalece habilidades como empatia, adaptação e comunicação.
De acordo com a pesquisa Selo Belta 2023, realizada pela Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio, o interesse por instituições de ensino superior fora do Brasil cresceu 18% entre 2019 e 2022, totalizando cerca de 455 mil novos estudantes ouvidos pelo levantamento.
“O intercâmbio amplia as possibilidades profissionais, permitindo que o aluno conheça novos métodos educacionais, faça networking internacional e desperte o interesse por áreas de estudo que talvez não tivesse acesso no contexto local”, explica Bruno Fernandes do Amaral, Gerente de Operações Pedagógicas e International School Counselor da Rede Alfa CEM Bilíngue.
Os Estados Unidos seguem como o principal destino de intercâmbio acadêmico entre estudantes, impulsionados pela ampla oferta de universidades renomadas. No entanto, o recente cancelamento de mais de 1,5 mil vistos estudantis por parte do governo norte-americano acende um sinal de alerta para quem planeja estudar no país.
A universidade de Harvard, nos Estados Unidos – Foto: Divulgação/Stephanie Mitchell/Harvard Staff Photographer/ND
Diante desse cenário, é fundamental entender as regras para obter o visto de estudante e garantir uma experiência internacional segura e bem-sucedida.
Veja como se preparar para estudar nos Estados Unidos e em outros países
Segundo a consultoria Daqui Pra Fora, especializada em apoiar estudantes durante o processo de candidatura, o procedimento para obtenção do visto varia conforme o país, mas os principais requisitos — para estudar nos Estados Unidos da América, inclusive — costumam ser:
Comprovação da aceitação por meio da carta oficial da universidade;
Documentação financeira: é necessário provar que você (ou sua família) tem recursos para custear os estudos e a estadia;
Documentos pessoais: passaporte válido, formulário consular, fotos, comprovantes escolares, entre outros;
Entrevista no consulado;
Seguro saúde e exames médicos: alguns países exigem cobertura internacional e exames específicos;
Taxas consulares: variam por país.
Além disso, também é preciso se atentar ao processo de candidatura e entender o que é analisado pelas universidades.
“O processo de candidatura para universidades no exterior é holístico, ou seja, as instituições avaliam o estudante de forma ampla, não apenas por notas”, comenta Pedro Lunardelli, sócio da Daqui pra Fora. Os principais requisitos, segundo Pedro, incluem:
Histórico Escolar: média global dos últimos anos do Ensino Médio (geralmente do 9º ano até o 3º do EM), considerando a rigorosidade do currículo;
Exames padronizados: para estudar nos Estados Unidos, os mais comuns são o SAT ou o ACT, embora muitas universidades já adotem a política test-optional (não exigem nota). No Canadá e na Europa, algumas instituições aceitam o ENEM, enquanto outras solicitam provas específicas, como PCE, TOLC, entre outras;
Teste de proficiência em inglês: TOEFL, IELTS, Duolingo English Test ou Cambridge;
Cartas de recomendação: escritas por professores e coordenadores, evidenciam o caráter, as habilidades acadêmicas e o potencial do aluno;
Redações pessoais (essays): são exigidas pela maioria das universidades, com temas que exploram identidade, desafios pessoais e motivações;
Atividades extracurriculares: mostram engajamento fora da sala de aula — liderança, impacto social, talentos artísticos, esportivos, entre outros;
Entrevistas: comuns em universidades altamente seletivas, ou faculdades em países da Europa Continental;
Portfólio (quando aplicável): para cursos como Artes Visuais, Arquitetura, Moda, Música ou Cinema.
Como montar uma boa redação?
A redação pessoal é uma etapa importante do processo de aplicação para universidades estrangeiras. Esse texto vai além de um relato acadêmico: trata-se de uma narrativa autêntica sobre quem são, o que os motiva e como suas experiências moldaram seus objetivos.
Uma boa redação deve mostrar voz própria, clareza de ideias, coerência e um forte vínculo entre a trajetória pessoal e a escolha da universidade e do curso. “Essa redação fortalece significativamente a aplicação […] é nela que o aluno demonstra sua singularidade”, explica Amaral.
A redação está entre as peças-chaves para estudar nos Estados Unidos ou em outros países do exterior – Foto: Banco de Imagens/ND
“Enquanto as notas e exames padronizados apresentam números, o texto mostra a pessoa por trás do currículo, permitindo que a universidade compreenda o impacto que aquele estudante pode causar em sua comunidade acadêmica”, finaliza.
Os testes de proficiência em inglês requeridos para estudar nos Estados Unidos e demais países
As certificações de proficiência em idiomas são parte das exigências das universidades internacionais porque comprovam que o aluno tem capacidade de acompanhar as aulas e interagir academicamente no idioma do país de destino. No caso da língua inglesa, os exames aceitos são:
TOEFL (Test of English as a Foreign Language): muito requisitado por universidades nos Estados Unidos, Canadá e algumas instituições na Europa. Avalia leitura, escrita, compreensão oral e expressão oral em inglês acadêmico;
IELTS (International English Language Testing System): preferido por universidades britânicas, australianas e da Nova Zelândia, também é aceito por diversas instituições nos EUA. Tem formato semelhante ao TOEFL, mas com variações na metodologia.
“Dependendo do país e do idioma, outros exames podem ser exigidos, como o DELF/DALF para o francês, o TestDaF ou DSH para o alemão, e o DELE para o espanhol”, comenta o Gerente de Operações Pedagógicas e International School Counselor da Rede Alfa CEM Bilíngue.
Quer estudar nos Estados Unidos ou em outros países? Saiba como escolher a universidade ideal para o seu perfil
Essa escolha depende de uma análise profunda do seu perfil acadêmico, pessoal e familiar. Os principais critérios avaliados incluem desde a área de interesse acadêmico até o estilo de vida e capacidade de adaptação. Outros fatores também passam pela análise do investimento necessário.
Chances reais de bolsa, clima, idioma, estilo de ensino, infraestrutura da cidade/universidade, segurança e suporte a estudantes internacionais e o desejo de trabalhar no país após a graduação, fazer pós-graduação, ou retornar ao Brasil também são fatores de influência.
“Algumas universidades são referência em áreas específicas. Além disso, candidatos com desempenho de excelência e atividades marcantes podem mirar universidades altamente seletivas; outros perfis podem ter mais fit com instituições com foco em desenvolvimento individual”, finaliza Pedro.