Greve dos ônibus na Grande Florianópolis: 7 respostas para entender sobre a paralisação

Greve dos ônibus na Grande Florianópolis causou transtornos na manhã desta quinta-feira (12) e não tem previsão para acabar- Foto: Flavio Tin/ND
A rotina de quem precisa do transporte público foi impactada na manhã desta quinta-feira (12) com a greve dos ônibus na Grande Florianópolis. A paralisação repentina pegou a população de surpresa, gerando transtornos e lotando paradas.
Mais de 80 linhas da capital catarinense foram afetadas e as negociações entre o Sintraturb (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Urbano da Região Metropolitana de Florianópolis), que representa os trabalhadores, e o Setuf (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Florianópolis), que representa as empresas, foram frustradas até o momento.

A greve dos ônibus na Grande Florianópolis em sete pontos
O que cada parte pede e argumenta?
A categoria de trabalhadores do transporte urbano da Grande Florianópolis reivindicam, principalmente, reajuste salarial, aumento no número de cobradores nos ônibus, melhorias nas condições de trabalho e melhorias no plano de saúde.
Para os trabalhadores, as condições atuais são insatisfatórias e que a proposta patronal não atende às necessidades da categoria. A paralisação visa pressionar os patrões e o poder público por um “tratamento digno”, segundo o Sintraturb.
“Mais de 500 trabalhadores reunidos em assembleia rejeitaram por unanimidade a proposta apresentada pelos empresários e aprovaram uma jornada de lutas podendo realizar paralisações parciais sem descartar uma paralisação total a qualquer momento”, afirmou o sindicato em nota.
Por outro lado, o Setuf argumenta que, ao longo das negociações, apresentou propostas para a categoria, sendo a mais recente um reajuste de 8% no salário, de 12,5% no vale-alimentação e 77% na gratificação.
As empresas dizem que a proposta supera a inflação e que o índice inflacionário já foi pago em maio. Além disso, afirmam que houve esforço para evitar a paralisação e lamentam os transtornos causados.
“Neste cenário, os trabalhadores do sistema da Grande Florianópolis terão um dos melhores padrões de remuneração e vantagens do país no setor, com ganhos acima da inflação, tanto nos salários quanto nos benefícios adicionais”, afirmaram as empresas em nota.
Por que os trabalhadores e os patrões não chegaram ao acordo?
As propostas as empresas foram consideradas insuficientes pelos trabalhadores, que alegam que os reajustes oferecidos não atendem às demandas reais da categoria.
Apesar de os empresários oferecerem aumentos acima da inflação, os trabalhadores exigem mais melhorias em condições de trabalho e benefícios que não foram atendidas plenamente.
Ainda, o Sintraturb havia anunciado que não haveria paralisação do transporte público na manhã desta quinta-feira (12). A quebra dessa parte do acordo também agrava o impasse.
Trabalhadores rejeitaram a proposta do Setuf e deram início à greve dos ônibus na Grande Florianópolis – Foto: Sintraturb/Reprodução/ND
Quantas cidades estão sendo afetadas?
Sete cidades da Grande Florianópolis são afetadas pela greve. Além da capital, a paralisação também impacta São José, Palhoça, Biguaçu, Governador Celso Ramos, Santo Amaro da Imperatriz e São Pedro de Alcântara.
Quais linhas foram mais afetadas no dia de hoje?
As linhas mais afetadas foram as da região Norte da Ilha de Florianópolis, especialmente aquelas operadas pelas empresas Transol e Canasvieiras. Um total de 89 linhas foram paralisadas na capital catarinense.
Entre as principais, destacam-se:

D-260, D-264, D-266, D-267 (linhas do TICEN para bairros do Norte).
Diversas linhas Executivas, como E-1120 a E-1132.
Linhas de conexão importantes como N-131 a N-134, N-210, N-231, entre outras.
Linhas circulares e de bairros como N-266, N-267, N-270, N-274 etc.

Quase 90 linhas foram afetadas pela greve dos ônibus na Grande Florianópolis – Foto: Leo Munhoz/Arquivo/ND
Quais as medidas da prefeitura da capital após paralisação?
A Prefeitura de Florianópolis autorizou o uso de transportes alternativos, como vans privadas, durante o período de paralisação.
Durante a tarde de quinta-feira (12), 60 vans, com valores de R$ 20,00 (linha longa) e R$ 15,00 (linha curta), operam nos seguintes pontos de embarque:

Vans que vão ao Continente ficarão na Avenida Paulo Fontes, no recuo ao lado do Terminal Rita Maria;
Vans que vão para o Norte e Leste da Ilha vão ficar na Avenida Paulo Fontes, no sentido oposto do Terminal Rita Maria (onde havia a passarela que foi removida recentemente);
.Vans para o Sul da Ilha ficarão em frente ao Largo da Alfândega

Ainda, a Guarda Municipal foi colocada nas áreas próximas aos terminais de ônibus para “para garantir o direito de ir e vir da população”, segundo comunicado da prefeitura.
Como foi caos após suspensão do serviço?
Muitos passageiros foram pegos de surpresa, pois o sindicato havia afirmado que não haveria paralisação pela manhã. Houve grande frustração e críticas à falta de aviso e planejamento.
Muitos trabalhadores acabaram ficando presos presos nos terminais, principalmente no Ticen, onde a plataforma A foi fechada. Alguns recorreram a aplicativos de transporte, mas os preços estavam elevados.

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Greve deixou trabalhadores “presos” no Ticen – Leandra Luz/ND

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Mais de 80 linhas de ônibus foram afetadas pela paralisação nesta quinta-feira – Gabrielle Tavares/ND

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Passageiros buscaram transporte por aplicativo devido devido à greve – Leandra Luz/ND

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Prefeitura informou que a GMF (Guarda Municipal de Florianópolis) atua para garantir o direito de ir e vir da população – Gabrielle Tavares/ND

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Plataforma A do Ticen amanheceu fechada e pegou passageiros de surpresa – Márcio Falcão/ND

Há risco de novas paralisações?
Sim, há risco. A paralisação atual não tem previsão de término, segundo o Sintraturb, e pode ser total, parcial ou intermitente nos próximos dias. O sindicato deixou claro que, caso não haja avanços nas negociações, a greve dos ônibus na Grande Florianópolis pode se intensificar.

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