PF bateu à porta: entenda como Mauro Cid ‘escapou’ da prisão

Prisão de Mauro Cid foi autorizada e revogada – Foto: Agência Brasil/Reprodução
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, esteve bem perto de ser preso mais uma vez nesta sexta-feira (13). Um mandado de prisão preventiva chegou a ser expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, mas foi revogado antes de ser cumprido.
Cid chegou a ser conduzido pela Polícia Federal e estava a caminho do batalhão do Exército quando a ordem de prisão foi cancelada. Segundo confirmaram a PF e o Exército ao UOL, ele não chegou a ser preso, apesar da autorização inicial para a detenção.

No lugar da prisão, Cid compareceu à sede da PF em Brasília para prestar depoimento, chegando ao local por volta das 10h56, acompanhado de seu advogado, Cezar Bittencourt.
Tentativa de fuga?
A reviravolta envolvendo Mauro Cid acontece no rastro da prisão do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, também nesta sexta. Ele foi preso em Recife, acusado de tentar emitir um passaporte português para Cid, o que levantou suspeitas de uma tentativa de fuga do país.
Segundo a Polícia Federal, Gilson teria ido ao consulado de Portugal em maio deste ano com o objetivo de conseguir o documento em nome do militar.
Polícia apura se Mauro Cid tentou fugir do país – Foto: ROSINEI COUTINHO/STF/ND
A PGR (Procuradoria-Geral da República) suspeita que a iniciativa tinha como objetivo driblar a Justiça e facilitar uma eventual fuga de Cid do Brasil. Gilson Machado, no entanto, nega. Disse ao UOL que soube da operação pela imprensa e afirma que não foi ao consulado.
Mauro Cid, por outro lado, admitiu que deu entrada no pedido de cidadania portuguesa em janeiro de 2023, logo após os atos do 8 de janeiro. Segundo a defesa, o pedido foi feito apenas porque sua esposa e filhas já possuem a nacionalidade.
Mauro Cid é peça-chave no processo de tentativa de golpe
Cid é um dos principais nomes investigados pelo processo de tentativa de golpe de Estado após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022. Ele já foi preso em duas outras ocasiões e fez um acordo de delação premiada com a PGR, no qual entregou detalhes da suposta articulação golpista.
Mauro Cid fez acordo de delação premiada no processo de tentativa de golpe de estado – Foto: Alan dos Santos/Presidência
Com base nesse acordo, a PGR denunciou Bolsonaro, Cid e outros aliados por cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Se condenados, as penas podem somar até 46 anos.

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