‘Sensação de impotência’: vice-prefeita de Florianópolis relata tensão em Israel após mísseis

Maryane Mattos fala sobre tensão e impotência em meio a contra-ataque iraniano – Foto: Reprodução/ND
A vice-prefeita de Florianópolis, Maryanne Mattos (PL), está em Israel desde segunda-feira (9), a convite do governo local. Durante a sua estadia, o confronto entre Israel e Irã escalou rapidamente, com ataques israelenses seguidos de contra-ataques iranianos.
Em entrevista ao repórter Arliss Amaro, do Grupo ND, antes dos primeiros mísseis iranianos serem lançados para a região da vice-prefeita, Maryanne demonstrava tranquilidade.
“Não escutamos barulhos de aviões ou mísseis. Em Israel, não vemos uma movimentação de guerra.” Pouco depois da declaração, o cenário mudou.

Vice-prefeita relata rotina de alertas e uso de bunkers em meio à tensão em Israel
Na primeira conversa com o Grupo ND, Maryanne explicou que integra uma comitiva com lideranças municipais do Brasil, Paraguai, Colômbia e Argentina.
A missão inclui cursos, palestras e visitas técnicas sobre modelos de gestão urbana adotados em cidades israelenses. Segundo ela, todos os custos com passagens, hospedagem e atividades foram pagos pelo governo de Israel.


Mais cedo em suas redes sociais, Maryanne Mattos relatou momento em que hóspedes precisaram se abrigar no bunker do prédio – Vídeo: Maryanne Mattos/@mattosmaryanne/Instagram
Em uma segunda entrevista, concedida logo após os primeiros contra-ataques do Irã, Maryanne demonstrou maior apreensão. “Esse alarme foi mais sério. Tive uma sensação de impotência de não ter o que fazer”, relatou.
A vice-prefeita contou que recebeu, via aplicativo, uma mensagem dizendo: “Você está em uma região onde mísseis estão sendo direcionados.” A partir disso, relatou que o clima entre os hóspedes do hotel mudou. “Todos ficaram mais tensos, e conseguimos ouvir barulhos de explosões.”
Ela informou que mais pessoas passaram a se abrigar nos bunkers e que foi orientada a manter o celular carregado para receber notificações de emergência. Ao chegar no território israelita, o grupo havia recebido instruções sobre como agir em caso de alarme, incluindo o caminho até os bunkers.
Irã contra-ataca com ataque a mísseis que puderam ser ouvidos em Tel Aviv – Foto: Reprodução/ND
Maryanne relatou que a primeira ida ao bunker foi por volta das 3h da manhã (horário local), após o disparo do primeiro alerta. Depois disso, foi autorizada a retornar ao quarto do hotel, mas novos alarmes soaram. A vice-prefeita também foi orientada a baixar um aplicativo do governo israelense que emite avisos por região.
Apesar da tensão, ela destacou o preparo do território. “A rotina do soar de alarmes passa uma segurança. Sabemos que, para os locais, é algo normal. Com o tempo, nos acostumamos com os avisos e orientações, que mostram o preparo do governo”.
Maryanne deve retornar ao Brasil na sexta-feira (20), mas admite a possibilidade de antecipar a volta. “Caso as autoridades entendam que precisamos retornar, vou seguir o que for mais seguro”.

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