Jogar borra da café na planta é uma técnica comum – Foto: Getty Images/ND
Quem cultiva plantas em casa já deve ter ouvido todo tipo de dica caseira para manter as folhas verdes e as raízes saudáveis. Entre as mais populares estão o uso de gelo para regar, o reaproveitamento da água do arroz e a aplicação de borra de café no solo. Mas afinal, o que dessas práticas realmente funciona e o que pode acabar prejudicando suas plantas?
Regar com gelo: prático, mas nem sempre indicado
Regar plantas com cubos de gelo é uma prática que ganhou fama por facilitar o controle da quantidade de água, especialmente para orquídeas. A ideia é que, ao derreter, o gelo libera a água de forma lenta, evitando encharcamentos.
No entanto, essa técnica deve ser usada com cautela. Muitas plantas tropicais, como as orquídeas e samambaias, são sensíveis ao frio. O contato direto do gelo com as raízes pode causar um choque térmico e danificar a planta.
Funciona? Sim, mas apenas em vasos específicos, com pouco substrato e em ambientes mais quentes. O ideal é colocar o gelo sobre o substrato, longe das raízes, e evitar em épocas frias.
Água do arroz: fertilizante natural ou risco?
A água do arroz, quando não é salgada e está sem tempero, pode ser rica em amido e micronutrientes que alimentam microrganismos benéficos do solo. Essa prática vem da agricultura tradicional asiática e pode ajudar no crescimento de algumas plantas.
Por outro lado, o excesso de resíduos orgânicos pode fermentar e atrair fungos, especialmente em locais com pouca ventilação. Portanto, se for usar, prefira água de arroz cru, coada, em pequenas quantidades e no máximo uma vez por semana.
Funciona? Sim, desde que usada corretamente e com moderação.
Borra de café: aliada ou vilã do seu vaso?
A borra de café é amplamente divulgada como um adubo natural. Ela é rica em nitrogênio, ajuda a melhorar a textura do solo e ainda pode afastar pragas como lesmas e formigas.
Contudo, há um problema: a borra é ácida e, se usada em excesso, pode alterar o pH do solo, tornando-o inadequado para muitas espécies de plantas ornamentais. Além disso, a decomposição da borra úmida pode gerar mofo.
Funciona? Sim, mas o ideal é usá-la seca e misturada ao composto orgânico ou diretamente na composteira. Evite aplicar a borra fresca diretamente no vaso com frequência.
O que realmente vale a pena usar?
Se você quer garantir plantas saudáveis, o melhor caminho é conhecer as necessidades específicas de cada espécie. Algumas se dão bem com solos mais ácidos, outras precisam de rega mais espaçada. O uso de métodos caseiros pode ajudar, mas não substitui práticas básicas como boa drenagem, luz adequada, solo de qualidade e rega equilibrada.
Em resumo:
Gelo: útil com cuidado e apenas para plantas específicas.
Água do arroz: pode nutrir, mas deve ser usada sem sal e em pequenas quantidades.
Borra de café: boa como adubo, mas apenas seca e com moderação.
Ao entender o que cada planta precisa, você evita exageros e garante uma jardinagem mais saudável sem depender de fórmulas mágicas.