Novo local de votação para os eleitores da comunidade de Caruaru funcionará na Escola Maria Clemilda. Moradores da comunidade de Caruaru, na ilha de Mosqueiro, em Belém, ganham seção eleitoral
Leandro Vasques/Redes Sociais
Os eleitores da pequena comunidade de Caruaru, ilha de Mosqueiro, distrito de Belém, voltarão a ter mais uma seção eleitoral. O Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) determinou a criação de um novo local de votação, que funcionará na Escola Municipal Maria Clemildes. A decisão é do juiz da 30ª Zona Eleitoral, Raimundo Santana, assinada na última sexta-feira (24). A nova seção eleitoral passará a funcionar a partir do pleito de 2026.
Aos 45 anos de idade, a líder comunitária Ivelyze Cabral, não lembra quando foi que os eleitores da comunidade de Caruaru, na Ilha de Mosqueiro, distrito de Belém, votaram no próprio domicílio. “Conversando com os moradores que tem mais de 60 anos de idade, eles comentaram que o voto ainda era de papel”, comenta.
A comunidade, que tem na agricultura familiar e na pesca as principais atividades econômicas, fica distante à cerca de dez quilômetros da área urbanizada da ilha. Nela moram aproximadamente 300 famílias.
Chegar e sair de Caruaru requer encarar a geografia de uma parte da floresta amazônica. O acesso pode ser feito tanto por rios e igarapés quanto por uma estrada de terra, que, diga-se de passagem, não está em boas condições.
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Ivelyze diz que em dias de Eleições a comunidade monta uma espécie de “força-tarefa” para que os eleitores consigam chegar em seus locais de votação para exercer a cidadania. “Usamos canoa com motor (chamadas também de rabetas), quem tem moto e carro dá carona para o outro morador e, em troca a gente ajuda com combustível”, descreve.
Escola Maria Clemildes será local de votação a partir das Eleições de 2026
Leandro Vasques
A comunidade de Caruaru não dispõe de algum serviço de transporte coletivo, tampouco complementar. Isto já existiu em anos anteriores. Quando começou a votar, Ivelyze já tinha que fazer como outros moradores da comunidade: deslocar-se até as seções eleitorais que ficam distantes, na área urbana do distrito.
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O pedido para a criação – na verdade, para o retorno – da seção eleitoral em Caruaru foi protocolado junto ao TRE-PA no mês passado.
“A decisão foi importante porque levou em consideração três pontos importantes: cidadania, humanidade e economia. O deslocamento em dias de Eleições, assim como em qualquer período, não é fácil e, às vezes, afeta a renda familiar. Não é todo mundo que tem condições de pagar passagens em vans, motos e embarcações para ir votar”, pontua o advogado Leandro Vasques.
Foi ele quem protocolou o ofício junto ao Tribunal Regional Eleitoral requerendo uma seção eleitoral na comunidade. “Isto vai ajudar, inclusive, a evitar crimes eleitorais, uma vez que tem histórico de candidato a algum cargo político oferece transporte para os eleitores de Caruaru em troca do voto deles”, atenta.
Segundo o juiz da 30ª Zona Eleitoral, a Escola Maria Clemildes tem condições favoráveis ao funcionamento de uma seção eleitoral.
A unidade dispõe de fornecimento de energia, água e eletricidade. Além disso a estrutura garante a segurança das urnas e dos eleitores no dia da votação.
A decisão foi encaminhada para o Ministério Público Eleitoral.
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