‘Sempre fez questão de levar os alunos para competições’, diz irmã de professora que morreu em acidente com ônibus no Pará


Ônibus saiu da pista na rodovia PA-263 e colidiu contra o paredão de concreto da Usina Hidrelétrica de Tucuruí. Quatro pessoas morreram no acidente: duas servidoras, um estudante e o motorista. Ônibus tombou e colidiu com parede de concreto,
Reprodução / Magodg
A Polícia Civil está investigando e ouvindo testemunhas do acidente com o ônibus do IFPA que deixou quatro pessoas mortas no domingo (26), em em Tucuruí, no sudeste do Pará. A irmã da professora Amanda Costa, uma das vítimas, disse que ela amava esporte.
“Ela amava o que fazia, amava o esporte e sempre fez questão de levar os alunos para as competições. Ela sempre fomentava isso muito fortemente”, afirmou Ana Priscila Costa.
A professora era uma das 40 pessoas que estavam no ônibus que levava delegações dos municípios de Castanhal e Vigia , no nordeste do Pará, para participar da etapa estadual dos Jogos dos Institutos Federais.
Acidente com ônibus do IFPA próximo à usina de Tucuruí deixa 4 mortos no Pará
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O ônibus saiu da pista na rodovia PA-263 e colidiu contra o paredão de concreto da Usina Hidrelétrica de Tucuruí. Quatro pessoas morreram no acidente: duas servidoras, um estudante e o motorista.
“A Amanda sempre foi essa alegria de vida. Então hoje ela parte fazendo o que gostava”, comentou a irmã da vítima.
O sepultamento do estudante será em Vigia e o do motorista na cidade de Inhangapi. O corpo da professora Suany será enterrado em Santa Izabel e o da professora Amanda Costa, em Belém.
Segundo a Secretaria de Saúde Pública (Sespa) das pessoas que deram entrada no Hospital Regional de Tucuruí, quatro estavam em estado grave e 13 pacientes receberam alta médica.
Vítimas do acidente com ônibus do IFPA em Tucuruí
Reprodução/Redes Sociais
Vítimas
Amanda Cristiani da Silva Costa (45 anos)
Era formada em em tecnologia em processamento de dados e atuava como docente de informática do 1° grau e do 2°grau da instituição, no campus avançado de Vigia.
Suany Couto Teixeira Nunes (36 anos)
Era formada em engenharia florestal e atuava como docente de agropecuária, meio ambiente e agronomia no campus de Castanhal
Paulo Vinícius da Silva Borges (16 anos)
Era aluno do curso técnico de informática, do campus avançado Vigia
Edinaldo de Jesus Ferreira Meireles (56 anos)
Era mecânico no campus de Castanhal e estava como motorista do veículo no momento do acidente
Problemas com freios
Dois estudantes que sobreviveram ao acidente com o ônibus do Instituto Federal do Pará (IFPA), no domingo (26), relataram em depoimento à Polícia Civil que o veículo apresentava problemas com os freios.
Os depoimentos, obtidos pelo g1, apontam também que o ônibus chegou a passar em alta velocidade por lombadas na estrada e já apresentava problemas de freio desde a cidade de Moju, distante 320 km de Tucuruí, onde ocorreu o acidente.
A instituição já havia divulgado nota informando que a manutenção do ônibus estava em dia e que estava apto para viajar.
Em novo posicionamento enviado ao g1, o IFPA disse que “o ônibus passou por processo de revisão e prevenção no período de 9 a 12 de abril, onde foram realizados serviços no sistema de freios, filtro de óleo, filtro de combustível, revisão dos pneus e serviços no sistema de ar-condicionado”.
Disse ainda que “só será possível definir a causa do acidente com o resultado do trabalho da perícia especializada, ação já iniciada e sem previsão de conclusão” e que “o condutor do veículo era mecânico e chefe do setor de transporte do campus Castanhal”.
O acidente
No total, 40 pessoas estavam a bordo. Elas faziam parte das delegações dos municípios de Castanhal e Vigia , no nordeste do Pará, que iriam participar da etapa estadual dos Jogos dos Institutos Federais 2024 (JIF), em Tucuruí, na região sudeste do estado.
O ônibus saiu da pista na rodovia PA-263 e colidiu contra o paredão de concreto da Usina Hidrelétrica de Tucuruí. Quatro pessoas morreram no acidente: duas servidoras, um estudante e o motorista.
A Polícia Civil já começou a colher informações com os sobreviventes. Dois deles, estudantes do ensino médio no IFPA, prestaram informações que podem ajudar a identificar a causa do acidente.
Por se tratar de informações prestadas por adolescentes, o depoimento é feito por meio da chamada “Escuta Especializada”, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Ônibus com estudantes do IFPA toma em Tucuruí, no Pará.
Reprodução / Redes sociais
Os relatos ainda apontam que, ao chegar próximo à Hidrelétrica de Tucuruí, houve uma pausa no percurso para que as delegações pudessem se hidratar e usar os banheiros.
Quando a viagem foi retomada, os passageiros continuaram a perceber as dificuldades para o motorista acionar os freios e ônibus teria pulado duas lombadas seguidas.
A situação piorou, ainda segundo os relatos, quando o veículo passou por um trecho de descida na pista e ganhou velocidade até bater na barra de proteção do meio fio. O motorista acabou perdendo o controle.
Ambos os estudantes sobreviventes relataram à polícia que houve pânico e gritaria na hora.
Ônibus colidiu contra paredão próximo à usina de Tucuruí.
Reprodução / Magdog
Um dos sobreviventes relatou que desmaiou no momento da colisão. Já o outro disse que buscou proteção atrás de uma das poltronas, conseguindo minimizar as lesões.
O sobrevivente que desmaiou teve o corpo arremessado para fora do veículo e foi socorrido pelo Serviço Móvel de Urgência (Samu) e levado para a Unidade de Pronto Atendimento. O estado de saúde dele é estável.
Já o estudante que se protegeu atrás da poltrona disse que conseguiu se manter consciente e ajudou até a retirar outros sobreviventes de dentro do veículo. Ele lembrou que pessoas que passavam pela via também ajudaram no atendimento às vítimas.
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