Descarte irregular do caroço do açaí e falta de coletores apropriados causam transtornos, em Belém

Caroço é misturado com lixo doméstico e ocupa calçadas em Belém. Jogado fora de maneira errada, o produto pode ser reaproveitado. Caroço da fruta da Amazônia pode ser transformado em várias possibilidades.
Rede Amazônica/Reprodução
Os caroços de açaí, produto que pode ser reutilizado na indústria, acaba misturado com lixo doméstico ocupando calçadas ou jogado pelo chão em Belém. O descarte incorreto dos caroços que sobram depois que o fruto é batido pode ser visto com frequência na cidade.
“Nós estamos à porta da COP 30 e não tem uma política para recolher esses caroços de açaí em Belém”, questiona o batedor de açaí Verinaldo Melo.
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O comerciante vende, em média, 150 litros de açaí no bairro da terra firme e diz que nos últimos meses, com a nova empresa responsável pela coleta de resíduos em Belém, os caroços não são recolhidos.
“A dificuldade é que a gente tem que deixar na rua. Isso tem transtorno com pedestre, tem caroço de açaí solto na rua e nós não temos espaço para armazenar”, afirma.
Limite para coleta
A Ciclus Amazônia, responsável pela gestão de resíduos sólidos em Belém, informou que recolhe até o limite de 200 litros por dia os caroços gerados por batedores de açaí, conforme legislação municipal.
Já para quem produz volumes maiores que 200 litros, a orientação da empresa é armazenar os caroços nas sacolas maiores e contratar empresas especializadas para o recolhimento.
Batedores de açaí reclamam que coleta dos caroços é irregular em Belém
A Ciclus disse ainda que os caroços são levados pela coleta de lixo doméstico, seguindo a programação definida por bairro.
No Jurunas e em um trecho da avenida Perimetral o recolhimento é feito. Já em um ponto de venda no bairro da Terra Firme, a coleta não é feita mesmo ocorrendo uma produção menor que 200 litros no dia.
Reaproveitamento
O que está sendo jogado fora de maneira errada, pode ser reaproveitado. Wendel Lima pesquisa o caroço do açaí, transformando a fibra do caroço em um pó. O resultado é um açúcar recuperado e que após alguns processos pode ser consumido.
A pesquisa é feita em um laboratório da Universidade Federal do Pará, localizado no Parque de Ciência e Tecnologia, e mostra que o conhecimento aponta muitas possibilidades para o resíduo.
A Ciclus Amazônia disse que iniciou o serviço de coleta do lixo definido para a cidade, incluindo os bairros da Terra, Firme, Jurunas e Guamá.
De acordo com a empresa, a coleta segue normalizada nos três bairros, mas que está reavaliando a logística nestes locais, para melhor atender os batedores, durante a safra do açaí.
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