Força-tarefa investiga a morte de quatro pessoas em Jacundá, sudeste do estado. Outras três ficaram feridas, incluindo uma criança. Governo diz que o crime foi motivado por disputa interna de facção criminosa. Quatro pessoas morrem e três ficam feridas em Jacundá
Após 24 horas dos assassinatos de quatro pessoas em Jacundá, região sudeste do Pará, o clima ainda é de medo entre a população, principalmente entre os familiares das vítimas e as testemunhas dos homicídios.
“É assustador! Estou, até agora, com medo”, descreve o comerciante Mozaniel Rodrigues.
Ele estava dentro de casa, no bairro Alto Paraíso, quando ouviu os disparos de arma de fogo, no último domingo (7). “Quando eu saí, os corpos já estavam no chão. Não vi o atirador. [Ele] Já tinha fugido”, lembra.
Foi em frente à casa de Mozaniel que Patrick Lohrann e Gabriele Milhomem, ambos de 21 anos de idade, foram mortos a tiros.
Os disparos também atingiram uma mulher, que foi socorrida para o hospital. O g1 apura informações sobre o estado de saúde dela.
População ficou assustada com as mortes.
Reprodução / Redes sociais
Na sequência e no mesmo bairro, homens atiraram contra Marcelo de Castro, de 25 anos, e Jocivan Sales, de 44 anos, que morreram na hora.
Um homem e uma criança que estavam no local também ficaram feridos e foram socorridos para o hospital.
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Marcelo foi assassinado na frente da casa da mãe. Dona Maria Fernandes ouviu os disparos que tiraram a vida do filho.
“Eu estava lá na cozinha. Eu corri de lá pra cá [pra rua], eles já tinham matado meu filho, dois que desceram da moto”.
Segundo ela, os suspeitos ainda atiraram contra as câmeras de segurança que tinham no local do crime. Com isso, impediram que a ação deles fosse registrada. A mulher teme o aumento da violência em Jacundá.
“Foi um momento muito difícil. Eu nunca tinha visto uma cena daquela, parecia filme”.
Ainda sobre o crime a casa dela, Maria Fernandes acredita que os suspeitos atiraram intencionalmente contra as demais vítimas, inclusive contra a criança de apenas 5 anos.
“[Sobre] o outro rapaz e a criança, ele [o suspeito] atirou porque quis. Já tinha matado outro”, afirma.
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Nesta segunda-feira (8), o governo do Estado montou uma força-tarefa para investigar os assassinatos – todos com características de execução. Os crimes estariam ligados à disputa de poder dentro da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), na cidade.
Governo monta força-tarefa para investigar assassinatos em Jacundá, no Pará.
Dione Freires / TV Liberal
O secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Ualame Machado, disse que o conflito dentro da organização criminosa teria começado após a prisão do antigo chefe do PCC.
“O que se pode afirmar de antemão é que desde o início do mês a polícia local fez grandes apreensões e prisões, em especial da principal liderança da facção criminosa do município, gerando uma briga interna, tanto pela liderança quanto pela perda e dívida dessa droga”.
Ainda segundo o secretário, das sete vítimas atingidas pelos tiros, duas eram declaradamente membros de facção criminosa e outras duas eram usuárias de drogas. Outras três estavam no local no momento dos tiroteios.
“Pessoas hospitalizadas, algumas delas, não tinham qualquer relação com o fato, mas estavam no local e infelizmente foram atingidas. As investigações continuam e já estão adiantadas para que a gente possa dar uma resposta para a sociedade paraense, principalmente a de Jacundá”.
Nas redes sociais, o governador Helder Barbalho (MDB) disse que a cúpula da segurança pública do governo do Pará se deslocou para Jacundá com o objetivo de apurar as causas das mortes.
“Os agentes de segurança investigam o envolvimento de conflitos de facções criminosas no caso e estão trabalhando para identificar e prender os culpados o mais rápido possível”, completou.
Até o momento da publicação desta matéria, nenhum suspeito havia sido preso. Em fevereiro deste ano, um policial militar foi preso suspeito de chefiar grupo criminoso em Jacundá. Relembre:
PM suspeito de chefiar grupo criminoso de tráfico de drogas é preso em Jacundá
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‘Estava na cozinha, corri pra ver e já tinham matado meu filho’, diz mãe de uma das vítimas de ataques a tiros no Pará
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