Projeto solta 6 mil filhotes de tartarugas-da-amazônia e tracajás no rio Araguaia, no Pará

Animais foram reproduzidos em iniciativa voluntária e soltos no rio que faz a divisa do Pará com o Tocantins, e que é berço de espécies de animais ameaçados de extinção. Filhotes de quelônios encontrando o rio Araguaia, no Pará.
Reprodução / Agência Pará
Seis mil quelônios foram soltos na terça-feira (6) no rio Araguaia, um dos maiores cursos d’água no Brasil, com mais de 2,6 mil km de extensão. O rio faz a delimitação geográfica dos estados do Pará e Tocantins, além de ser berço de espécies de peixes, aves e animais ameaçados de extinção, como as tartarugas-da-amazônia e tracajás.
O projeto de soltura começou com 160 animais e em dez anos de trabalho voluntário conseguiu multiplicar a reprodução da espécie. Entre os meses de julho e outubro, o projeto percorre até 42 quilômetros rio abaixo atrás de ninhos.
Segundo os voluntários, os quelônios quase não eram encontrados na região de São Geraldo do Araguaia, no sudeste paraense. O trabalho é desenvolvido pelo Instituto Ambiental Xambioá (IAX), em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio).
Projeto voluntário faz soltura de milhares de quelônios no rio Araguaia, na divisa do Pará com o Tocantins.
Reprodução / Agência Pará
A liberação dos animais ocorreu especificamente em três pontos do Rio Araguaia:
na praia em frente ao porto do IAX,
nas comunidades de Ilha de Campos e Santa Cruz,
na zona de amortecimento de duas Unidades de Conservação (UC) do Ideflor-Bio: o Parque Estadual Serra dos Martírios/Andorinhas e a Área de Proteção Ambiental (APA) Araguaia.
Estudantes da rede pública acompanharam a soltura dos animais. Para Alípio Murici, que coordena o projeto, “esse momento é a coroação de um trabalho de anos na tentativa de preservar quelônios”.
“Há pouco tempo, esses animais estavam em extinção e quando comecei essa ação nós encontramos apenas três ninhos. Hoje, com muito esforço e dedicação, conseguimos identificar mais de 80, que garantiram esse número recorde de 6 mil tartarugas”.
Segundo Murici, os quelônios têm papel no equilíbrio ambiental e na potabilidade da água. “Eles fazem uma verdadeira limpeza nos rios, porque comem as plantas aquáticas, os peixes mortos. Se tirarmos esses animais, com certeza o rio vai se tornar impróprio em pouco tempo”.
Projeto voluntário mantém filhotes longe de predadores até a ida ao rio.
Reprodução / Agência Pará
Reprodução
A desova de tracajás começa em julho e vai até agosto. Já o período de postura das tartarugas-da-amazônia é de setembro a outubro.
Após o ciclo, os ovos são transferidos para praia dentro da unidade de conservação, onde ficam de 50 a 60 dias em desenvolvimento.
As eclosões ocorrem entre novembro e dezembro, quando os quelônios são transferidos para um tanque onde crescem sem risco de predadores.
Conscientização ambiental para as próximas gerações faz parte da soltura de quelônio em São Geraldo do Araguaia.
Reprodução / Agência Pará

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