Laboratório na UFPA emite laudo sobre protótipo da corda que será usada no Círio de Nazaré 2023 em Belém


É a primeira vez que a corda, ícone da festividade que une fiéis à berlinda, é produzida totalmente no Pará. Corda do Círio de Nazaré, em Belém.
Divulgação / Diretoria Festa de Nazaré
Pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) entregaram nesta segunda-feira (12) o laudo dos testes realizados com a corda que será utilizada nas procissões do Círio 2023.
É a primeira vez que a corda, ícone da festividade que une fiéis à berlinda de Nossa Senhora de Nazaré, é produzida totalmente no Pará.
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O laudo foi emitido pelo Laboratório de Engenharia Civil (LEC), no Centro Tecnológico da UFPA, em BElém.
A corda foi doada por uma empresa de Castanhal à Diretoria da Festa de Nazaré (DFN), em parceria com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme).
O protótipo de 50m foi produzido pela empresa e testado no laboratório da UFPA. Após a entrega dos laudos, deve ser iniciada a produção da corda utilizada nas procissões.
A corda terá 800 metros de comprimento com partes de 400 metros, para cada romaria, tendo 50 milímetros de diâmetro.
A peça já deve ser adaptada às estações de metal que auxiliam no traslado das berlindas durante as romarias.
Antônio Salame, diretor-coordenador da Diretoria da Festa de Nazaré disse que a corda deste ano será “mais agradável ao toque, menos áspera, então vai agredir menos as mãos dos romeiros”.
“É uma alegria muito grande poder dizer que teremos a corda toda produzida em solos paraenses, desde a produção das sementes, a plantação, a colheita, a fabricação dos fios em Castanhal, com mãos paraenses”.
Como a corda é feita
A corda utilizada no Círio e na Trasladação é feita de sisal – fibra vegetal muito dura e resistente. Trata-se de opção resistente e agradável ao tato, e por conta disso, é ideal para utilização nas procissões.
Na nova proposta, a corda deve ser produzida por composição de fibras de malva e de juta, que são plantadas e cultivadas na região amazônica. A nova composição deve trazer ainda mais maciez ao toque das mãos, pela presença da malva, sem, no entanto, perder resistência, em razão dos fios de juta.
Quanto ao processo de transformação em fios, são vários os estágios de fabricação, desde a colheita, até a produção final.
Histórico
A corda passou a fazer parte do Círio em 1885, quando uma enchente da Baía do Guajará alagou a orla desde próximo ao Ver-o-Peso até as Mercês, no momento da procissão, fazendo com que a berlinda ficasse atolada e os cavalos não conseguissem puxá-la.
Os animais então foram desatrelados e um comerciante local emprestou uma corda para que os fiéis puxassem a berlinda. Desde então, o item foi incorporado às festividades e passou a ser o elo entre Nossa Senhora de Nazaré e os romeiros.
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