Altemir Gregolin participou do lançamento da 2ª edição do IFC Amazônia, evento internacional que vai discutir desenvolvimento sustentável na região, que enfrenta desafios como a seca provocada pelas mudanças climáticas. Lançamento da 2ª edição do IFC Amazônia, em Belem
Nilson Cortinhas / Divulgação
O ex-ministro da Aquicultura e Pesca, Altemir Gregolin, disse nesta quarta-feira (9), em Belém , que o pescado amazônico é “a nova fronteira de expansão da aquicultura brasileira”.
Gregolin esteve na capital paraense para o lançamento da segunda edição do IFC Amazônia, evento internacional do setor, que será realizada na cidade entre os dias 12 e 14 de novembro, no Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, o Hangar.
“A Amazônia é uma marca de produção de proteína da melhor qualidade, com baixa pegada de carbono e de forma sustentável. Isso vai abrir o mercado a nível mundial, pois comer um peixe da Amazônia significa contribuir para preservação do planeta, com certificação, regulamentação, é o que as empresas estão adotando para exportar pro mundo como objetivo estratégico”.
Estavam também no lançamento o secretário de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Giovanni Queiroz; o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Carlos Xavier; e a CEO do evento, Eliana Panty.
Oportunidades
Presidente do International Finance Corporation (IFC) Brasil, instituição do Banco Mundial que financia projetos do setor privado, Gregolin explicou que o Pará é o destaque nacional no setor do pescado, pois “é a porta de entrada para a Amazônia e ator mais relevante dos estados do Norte a nível internacional na busca de alternativas econômicas”.
“A aquicultura e a pesca são uma grande alternativa de geração de trabalho e emprego, renda com sustentabilidade. Dados apontam que até 2050 o mundo vai precisar pelo menos de mais 50 milhões de toneladas de pescado para atender a demanda crescente, por outro lado, os espaços para produção estão esgotando no sudeste asiático responsável por 90% da produção mundial”.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), aponta que a produção de peixes chega a 655,3 mil toneladas e atingiu recorde em 2023. O aumento foi calculado em 5,8%, resultando em R$ 6,7 bilhões de reais – crescimento de 16,8% em relação ao ano anterior.
“Com esse crescimento, o Brasil vem despontando para ocupar esse espaço a nível mundial e tem as melhores condições. Na Amazônia, por exemplo, aqui nós temos a maior reserva de água doce do mundo e um mercado muito promissor”.
Seca é desafio
Na Amazônia, um dos desafios é a seca, que atinge regiões como o oeste do estado. Gregolin avalia que as emergências climáticas são uma preocupação mundial e um painel no IFC Amazônia vai discutir o assunto.
“Você vê por exemplo hoje pescadores não tendo mais com que se alimentar em várias regiões da Amazônia, é algo que há uma década atrás era impensável, e hoje os impactos das mudanças climáticas chegaram também na Amazônia. A atividade da pesca e aquicultura tem esse objetivo de contribuir para a preservação, na medida que você pode produzir sem destruir a floresta, só que as mudanças climáticas causam impacto na atividade”.
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Segundo Gregolin, o setor desenvolve tecnologias flexíveis que possam se adequar às mudanças climáticas, que estão ocorrendo e que vão ocorrer, para manter o crescimento tanto da produção de pescado, quanto a exportação para outros países.
IFC Amazônia
Para o IFC Amazônia estão previstas discussões sobre desenvolvimento sustentável na região a partir da aquicultura e pesca, conectando palestras, workshops, feira de tecnologias e negócios, cozinha show, entre outros eventos paralelos.
O evento é um desdobramento regional do IFC Brasil, maior evento do setor de aquicultura e pesca do país, realizado em Foz do Iguaçu, no Paraná.
Para a segunda edição está prevista extensa programação com 40 horas de palestras, workshops e debates. A expectativa é superar o público de 2023 e chegar a mais de 5 mil participantes e visitantes.
O congresso internacional reúne especialistas da área de pesquisa, do setor produtivo e de instituições públicas e financeiras para apoiar o desenvolvimento da pesca e aquicultura na Amazônia, visando expandir a produção de pescado com sustentabilidade.
A realização tem ainda a Fundação de Apoio ao Ensino, Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação (Fundep) como co-realizadora; apoio do Governo do Estado do Pará; SEDAP (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuária e da Pesca); MPA (Ministério da Pesca e Aquicultura); ABIPESCA (Associação Brasileira das Indústrias de Pescados); PEIXE BR (Associação Brasileira da Piscicultura); FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura); Sistema FAEPA/Senar; FEPA (Federação dos Pescadores do Pará) e SINPESCA (Sindicato das Indústrias de Pesca dos Estados do Pará e Amapá).
Mais informações no site do evento: www.ifcamazonia.com.br/
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Em Belém, ex-ministro da Pesca diz que pescado amazônico é ‘a nova fronteira de expansão da aquicultura brasileira’
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