Circuito promove debates sobre crise climática na periferia e os desafios de mobilidade em Belém

A programação passa por seis bairros para discutir os impactos da crise climática, levando informações sobre mobilidade sustentável e direito à cidade aos moradores da periferia da sede da COP 30. Na falta de ciclofaixa, pessoas pedalam pelo acostamento e disputam espaço com entulhos
O Liberal
O debate sobre os desafios de mobilidade na capital do Pará é o tema central de uma série de fóruns que o coletivo Paráciclo começa a promover a partir do dia 19 de outubro. Diversos bairros da periferia de Belém receberão o encontro, que convoca todos os moradores a participar. As inscrições são gratuitas e estão abertas.
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A proposta do Circuito de Mobilidade é construir de forma coletiva propostas em prol do transporte digno à população da Amazônia urbana e debater os impactos da crise climática nas comunidades.
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Serão seis encontros para trocar experiências sobre questões como a falta de ciclovias, de calçadas, a precariedade de paradas de ônibus, frota reduzida, assaltos nos coletivos, falta de sinalização, falta de asfaltamento e outros aspectos.
Segundo o IBGE, em aproximadamente duas décadas, a frota de ônibus de Belém reduziu em 41,5%, enquanto que a população cresceu 8,6%. Além disso, o número de empresas privadas que prestam o serviço também caiu de 18, no fim da década de 60, para 12, atualmente.
“Em meio à crise climática, as comunidades periféricas são as mais atingidas. Então é urgente que elas se organizem e fortaleçam uma consciência política e cidadã”, diz Ruth Costa, diretora do Paráciclo.
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Michel Ribeiro
Mobilidade sustentável
A ideia é discutir os impactos no contexto urbano da crise climática em uma série de eventos na periferia levando informações sobre mobilidade sustentável e direito à cidade, propondo ações e deliberações da sociedade civil que se transformem em ganhos que fiquem como legado para Belém após a realização da COP 30, onde as comunidades presentes possam entender como esse evento mundial e os impactos das políticas públicas afetam seus deslocamentos e qualidade de vida no cotidiano.
O tópico especial do encontro serão as necessidades dos ciclistas, o que precisa melhorar para a segurança no trânsito, e a importância da bike para a mobilidade nas periferias da Amazônia. Afinal, a bicicleta é um dos meios de mobilidade mais usados em Belém, de acordo com levantamento da Paráciclo.
“No contexto de COP 30, o debate ganha ainda mais relevância. Pedalar faz bem para o meio ambiente, porque é zero poluente; e faz bem para a saúde do corpo, porque é um transporte ativo. Pedalar faz bem para o amazônida e bem para a Amazônia”, destaca Daniele Queiroz, presidente do coletivo.
Programação
O primeiro mini fórum será dia 19 de outubro, na Escola Municipal Maria Stellina Valmont, na Terra Firme, de 9h às 17h. A programação é aberta ao público e gratuita.
A programação conta com oficinas de formação e debates acerca dos temas de mobilidade sustentável, racismo ambiental e direito à cidade, trazendo em cada encontro representantes das organizações parceiras do ParáCiclo para deliberar sobre soluções com a população.
Serviço:
Primeiro mini fórum do Circuito de Mobilidade será realizado dia 19 de outubro, de 9h às 17h, na Escola Stellina Valmont, bairro da Terra Firme, em Belém. As inscrições são gratuitas e estão abertas.

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