Os agropecuaristas buscam defender a produção na região Produtores Rurais do Xingu
Os produtores rurais da Amazônia criaram um movimento para pedir uma vaga na mesa de discussões da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30). O evento ocorrerá em novembro de 2025, em Belém, no Pará.
Os agropecuaristas nomearam a organização como Produtores Rurais Independentes da Amazônia. De acordo com um dos líderes do movimento, o advogado ambiental Vinicius Borba, os produtores se uniram para defender a produção agropecuária na Amazônia Legal. Atualmente, os agropecuaristas da região sofrem com discursos falaciosos de organizações não governamentais (ONGs) e da mídia internacional, conforme explicou o jurista.
“Os produtores rurais da Amazônia se uniram para desafiar as narrativas ambientalistas promovidas por ONGs, grande parte da mídia internacional e governos federais e estaduais” explicou Borba. “A Amazônia brasileira é um exemplo global de preservação ambiental.”
O movimento Produtores Rurais Independentes da Amazônia conta com mais de 1 mil agropecuaristas. Eles estão nos nove Estados da Amazônia Legal: Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso. Apesar disso, o grupo afirma representar mais de 1 milhão de produtores em toda a região.
A organização acredita que os trabalhadores sofrem com discursos ambientalistas para impedir a produção rural na região. “Ao todo, 84% da Floresta Amazônica está preservada em território brasileiro, o que faz do Brasil uma das nações com a maior área de cobertura vegetal nativa do planeta” disse Borba. Isso se deve, em grande parte, ao compromisso dos produtores rurais, que mantêm 80% de suas propriedades como áreas de preservação legal, conforme o Código Florestal.
De acordo com o movimento, a Amazônia é líder em produtividade agropecuária no Brasil. A região tem cerca de 90 milhões de cabeças de gado, cerca de 40% do rebanho bovino nacional. O país é o maior exportador da carne no mundo.
Os produtores lembraram que outras regiões do país, como o Sul e o Sudeste, podem utilizar 80% da área para a produção rural. Além disso, outros países não possuem regras rígidas como o Brasil, mas financiam ONGs que atuam na Amazônia e exigem que o governo brasileiro tenha uma legislação mais rigorosa.
No cenário internacional, a disparidade é ainda maior, com países como a França, que não possuem exigências rigorosas de preservação ambiental em suas propriedades. Essa realidade cria uma inequidade entre os produtores brasileiros e o resto do mundo, prejudicando aqueles que têm o duplo papel de produzir e preservar.
O movimento também critica o modelo de financiamento internacional adotado pelo Fundo Amazônia, que recebe bilhões de dólares de países que estão entre os maiores poluidores do mundo. Segundo os produtores, essas nações, em troca de suas doações, obtêm certificados de compensação para continuar suas atividades poluentes. Enquanto isso, as ONGs, que recebem esses recursos, não trazem resultados práticos para a preservação da Amazônia.
Eles pedem o respeito ao papel dos produtores como guardiões da floresta e da produção nacional, e solicitam um ASSENTO À MESA DAS DISCUSSÕES DA COP30, onde serão tomadas decisões que impactam diretamente suas vidas e o futuro da região.