A prisão é resultado de uma ação do Gaeco de Santa Catarina. Segundo as investigações, o grupo participava de encontros neonazistas e tinham uma banda. Nos eventos, eles apareciam com bandeiras suásticas sendo exibidas e pregavam discursos de ódio. Cavex em Taubaté
Lucas Tavares/g1
Um militar do Exército Brasileiro foi detido nesta segunda-feira (21) em Taubaté, no interior de São Paulo, após uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) de Santa Catarina.
De acordo com o Gaeco, o militar é um “praça temporário”, suspeito de participar ativamente de encontros neonazistas. Ele foi preso no Comando de Aviação do Exército (Cavex).
“Embora os crimes preliminarmente atribuídos a ele não estejam diretamente relacionados às suas funções militares, seu conhecimento avançado em táticas de combate e armas de fogo aumenta significativamente o nível de risco associado à sua participação no grupo”, explicou o Gaeco.
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A operação foi batizada de “Overload” e visa desarticular o grupo investigado por promover discursos de ódio, antissemitismo, apologia ao nazismo e planejar atos violentos em diferentes regiões do país.
Em nota, o Comando Militar do Sudeste (CMSE) disse que o militar exerce a patente de Cabo e que “todas as medidas administrativas cabíveis foram tomadas e o Exército está colaborando com a Justiça para a elucidação dos fatos”.
“O militar permanecerá preso, a disposição da Justiça, nas instalações do Comando de Aviação do Exército, em Taubaté/SP. O Exército Brasileiro não admite condutas ilícitas por parte dos seus integrantes, que afrontem os valores e princípios, sustentáculos da profissão militar”, completa a nota.
A operação
A operação foi deflagrada nesta segunda-feira e cumpriu oito mandados de busca e apreensão, além da prisão preventiva de quatro suspeitos. Além de Taubaté, a ação do Gaeco aconteceu nas cidades de São Paulo (SP), Curitiba (PR), Cocal do Sul (SC), Jaraguá do Sul (SC), Pomerode (SC), Caxias do Sul (RS) e Aracaju (SE).
Além do militar preso em Taubaté, um outro homem detido é suspeito de estar envolvido diretamente em um homicídio ocorrido em 2011, quando um jovem do movimento punk foi assassinado.
GAECO deflagra Operação Overlord para desarticular grupo investigado por atos violentos
Segundo a investigação do Gaeco, o grupo mantinha uma banda que se apresentava em eventos neonazistas em várias regiões do Brasil. Nesses eventos, o Gaeco identificou que bandeiras suásticas eram exibidas, além de discursos de ódio.
O Gaeco apontou ainda que os membros do grupo se autodenominam skinheads neonazistas e adotam como símbolo o Sol Negro – um emblema associado ao ocultismo nazista e à supremacia ariana – com um fuzil AK-47 ao centro.
O g1 não conseguiu localizar a defesa dos presos. A matéria será atualizada caso os advogados se manifestem.
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