Domingos Brazão inicia depoimento após o relato do irmão, o deputado federal Chiquinho que depôs por dois ao tribunal. Conselheiro do TCE Domingos Brazão presta depoimento no STF nesta terça-feira (22)
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O conselheiro do Tribunal de Contas do Estadio (TCE), Domingos Brazão, acusado de ser um dos mandantes pela morte da vereadora Marielle Franco presta depoimento na tarde desta terça (22) depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF), no processo que apura quem são os mandantes pelo assassinato em 14 de março de 2018.
Domingos inicia o depoimento após dois dias de audiência com o seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido).
O deputado se emocionou no primeiro dia de relato ao falar da família. No segundo dia contou que nunca se interessou em receber denúncias contra facções criminosas.
“Caso de polícia eu nunca tratei. Eu nunca me interessei. A Marielle também corria desses assuntos. Tenho família que frequenta Jacarepaguá. Não quero saber o que é milícia ou o que é tráfico”, disse.
O deputado federal falou ainda que Marielle era uma pessoa muito amável:
“Fizeram uma maldade muito grande com ela. Marielle sempre foi minha amiga. Era uma vereadora muito amável e com quem a gente tinha uma boa relação. Ela (Marielle) sempre foi muito respeitosa e carinhosa”, disse Chiquinho Brazão
O depoimento de Domingos Brazão seguirá a mesma estrutura da audiência com seu irmão: o desembargador Airton Vieira, que conduz a sessão, fará perguntas e depois repassará para perguntas do representante da Procuradoria Geral da República, o promotor Olavo Pezzotti.
A seguir serão as assistentes de acusação que representam as famílias de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Depois, os advogados dos outros quatro réus fazem questionamentos a Domingos Brazão.
Marielle Franco e Anderson Gomes
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O processo no STF
O processo tem como relator Alexandre de Moraes, e os réus também serão julgados em um júri no Tribunal de Justiça do Rio. Veja a ordem dos interrogatórios:
Os réus já tinham prestado depoimento após as prisões e apresentado defesa após as denúncias. Essa fase de interrogatório faz parte da instrução penal. Depois dessa semana, tanto as defesas quanto a acusação vão ter cinco dias para avaliar se vão pedir novas diligências. Caso não peçam, o processo entra na fase de alegações finais.
O que dizem depoimentos
O g1 fez um resumo dos primeiros 15 dias de audiência do processo que apura a responsabilidade de supostos mandantes nos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes. Foram cerca de 75 horas de depoimentos de 10 testemunhas. Todas arroladas pela Procuradoria Geral da República (PGR).
Em três semanas, houve depoimentos que reforçaram a investigação, enquanto outros mantiveram dúvidas que não foram levadas em conta pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, na homologação das delações premiadas de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz e ao aceitar a denúncia da PGR.
São cinco os réus do processo no Supremo:
Domingos Brazão – Conselheiro do TCE do RJ é apontado como mandante da morte de Marielle.
Chiquinho Brazão – Deputado federal também responde como mandante junto com o irmão, Domingos.
Rivaldo Barbosa – Delegado da Polícia Civil do RJ é acusado de saber do crime antes de sua realização, em 14 de março de 2018, quando ocupava a direção da Divisão de Homicídios.
Ronald Paulo Pereira – Major da PM está preso por outro processo por envolvimento com a milícia de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, onde teria praticado homicídios e ocultação de cadáver. No caso Marielle, o major Ronald é acusado de participar do homicídio ao monitorar os passos da vereadora.
Robson Calixto Fonseca, o Peixe – Policial militar. É acusado de integrar a organização criminosa que seria chefiada, de acordo com a denúncia da PGR, pelos irmãos Brazão. Segundo a denúncia, Peixe teria ajudado a desaparecer com a MP5, submetralhadora usada para matar Marielle.
Desembargador Airton Vieira, em sessão do caso Marielle no STF
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