Filhotes de tartarugas são soltos na APA Algodoal-Maiandeua


‘Unidade de Conservação do Ideflor-Bio localizada em Maracanã, na região nordeste paraense, também é um dos pontos escolhidos pelas tartarugas para a desova’ Lepidochelys olivacea (tartaruga-oliva)
Agência Pará
Um novo grupo de 65 tartarugas marinhas da espécie Lepidochelys olivacea (tartaruga-oliva) foi liberado, na segunda-feira (19), na Área de Proteção Ambiental (APA) Algodoal-Maiandeua. Situada em Maracanã, na região nordeste do estado, a Unidade de Conservação (UC) do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) é um dos pontos escolhidos pelos quelônios para a desova no litoral paraense.
A soltura dos filhotes foi feita por pesquisadores do Projeto de Monitoramento de Desovas de Tartarugas Marinhas (PMDTM). Vale frisar que a Mineral Engenharia e Meio Ambiente é a empresa que executa o PMDTM, a qual monitora áreas de desova de tartarugas no litoral paraense. Essa é uma medida de mitigação exigida pelo licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Até o momento, já foram registradas outras duas solturas de quelônios na APA, em 2023. É importante destacar que ainda estão sob o abrigo da UC do Ideflor-Bio dois ninhos de tartarugas marinhas, que seguem com o acompanhamento dos pesquisadores do PMDTM. A previsão é que a eclosão dos ovos aconteça nas próximas semanas.
Lepidochelys olivacea (tartaruga-oliva)
Agência Pará
Segundo a bióloga e coordenadora de campo do PMDTM, Josie Barbosa, a metodologia usada em Algodoal-Maiandeua é a mesma em todas as praias que estão sob o monitoramento do projeto.
“O que diferencia é que em Maracanã é uma APA e não entra carro. Mas a gente tem predação humana, por alagamento, então temos que fazer o mesmo processo, ou seja, a transferência do ninho para dentro do berçário, para que os ovos fiquem protegidos e a gente possa dar continuidade ao processo de incubação e nascimento dos filhotes”, detalhou.
Barbosa disse, ainda, “que toda vez que a gente solta um ninho, é a sensação de dever cumprido, porque é mais um grupo que conseguimos concluir o processo. Desde a postura, a incubação dos ovos, até o nascimento dos filhotes. Mas, com certeza, ainda tem muito trabalho pela frente e contamos com a colaboração de toda a sociedade”, concluiu a pesquisadora.
De acordo com a técnica em Planejamento e Gestão Ambiental do Ideflor-Bio, Adriana Maués, “é fundamental para nós, Governo do Pará, por meio do Instituto, incentivar e trabalhar nesse projeto de monitoramento e soltura dos quelônios no litoral paraense. Com esse ato, nós estamos plantando uma poupança de biodiversidade, ou seja, garantindo a continuidade de espécies da flora e fauna que estão ameaçadas de extinção, como as tartarugas marinhas”, enfatizou.
Geografia – Na APA, o acesso interno entre as vilas e outras localidades ocorre a pé ou de carroça, dependendo da maré, ou de barco, margeando os furos e igarapés. A UC é constituída por duas ilhas denominadas Algodoal e Maiandeua, separadas por um furo intermitente denominado “Furo Velho”.
A área total da APA é de aproximadamente 3.100,34 ha, sendo que a Ilha de Algodoal ocupa 605,52 ha, contendo a Vila de Algodoal, a Praia da Princesa, a Praia do Farol e áreas de mangues, restingas e dunas. Já a Ilha de Maiandeua ocupa 2.494,82 ha, e lá se localizam as vilas de Fortalezinha, Mocooca e Camboinha, as localidades de Camaleão, Passagem e Pedra Chorona, assim como praias, mangues e áreas de terra firme com vegetação.

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