Ex-chefe da Abercrombie declara-se inocente de acusações de tráfico sexual e prostituição

O ex-CEO da marca de roupas Abercrombie and Fitch, Mike Jeffries, deixa o tribunal de Central Islip após se declarar inocente das acusações de tráfico sexual e prostituição em uma trama que envolveu modelos masculinos, em 25 de outubro de 2024Adam GRAY

Adam GRAY

O ex-CEO por mais de duas décadas da bem-sucedida marca de roupas Abercrombie and Fitch, Michael Jeffries, declarou-se nesta sexta-feira (25) “não culpado” das acusações de tráfico sexual e prostituição em uma trama que envolveu modelos masculinos de todo o mundo.

Jeffries, de 80 anos, que foi detido na última terça-feira, compareceu nesta sexta no tribunal de Central Islip, a leste de Nova York, pertencente ao Tribunal Federal do Distrito Leste do Brooklyn.

Acompanhado de sua mulher e seu filho, arcou com uma fiança de 10 milhões de dólares (R$ 56,9 milhões) que evitou que ele fosse mandado para a prisão, mas vai esperar o julgamento em reclusão domiciliar, sob vigilância eletrônica.

Além disso, está proibido de fazer contato com os outros acusados, testemunhas e vítimas, confirmaram fontes do tribunal.

A próxima vista está prevista para 12 de dezembro perante a juíza Nusrat Choudhury.

Além de Jeffries, foram denunciados no mesmo caso seu sócio e antigo companheiro sentimental Matthew Smith, de 61 anos, e James Jacobson, de 71 anos, acusado de atrair os jovens aspirantes a modelo para a rede de roupa juvenil.

Jacobson também se declarou inocente das mesmas acusações. Ele também vai aguardar o julgamento em prisão domiciliar após o pagamento de 500 mil dólares (R$ 2,8 milhões).

Ainda não há data para o comparecimento do acusado Matthew Smith. Na terça-feira, no tribunal federal de West Palm Beach, Flórida, Smith, com passaporte britânico, aceitou a prisão preventiva com direito a solicitar liberdade sob fiança no futuro.

A promotoria alega que, entre dezembro de 2008 e março de 2015, Jeffries, Smith e Jacobson utilizaram uma combinação de “força, fraude e coerção” para traficar homens enquanto exploravam uma empresa de prostituição.

Eles lhes forneciam álcool, drogas e substâncias como Viagra para manter ereções.

Nos documentos da acusação são citadas 15 vítimas anônimas, mas os promotores sugerem que a escala dos supostos crimes foi provavelmente muito maior; fizeram um chamado para que se apresentem potenciais novas testemunhas ou vítimas.

O caso tem sua origem em uma reportagem da BBC de 2023, “The Abercrombie Guys: The Dark Side of Cool”, na qual várias vítimas falaram sobre a assinatura de acordos de confidencialidade para eventos sexuais supostamente dirigidos por Jeffries, que abandonou a Abercrombie em 2014 após receber uma indenização de US$ 25 milhões (R$ 142,5 milhões).

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